Cuca
Ivan Storti/Santos FC
Cuca


Muito cotado assumir o  Atlético-MG em 2021, o técnico  Cuca se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre o caso de violência sexual contra uma menor, ocorrido em 1987, quando era jogador do Grêmio. O crime ficou conhecido como “Escândalo de Berna”, pois o fato ocorreu na Suíça, em uma excursão da equipe gaúcha à Europa.



No ano em questão, uma garota de 13 anos acusou de estupro coletivo Alexi Stival (Cuca) e outros três jogadores do time gaúcho: Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges.

A acusação se transformou em condenação em 1989, mas não por terem estuprado a jovem e sim porque ela tinha apenas 13 anos, sendo uma violência sexual contra pessoa vulnerável. Cuca e os demais jogadores do Grêmio foram condenados a 15 meses, mas nunca cumpriu a pena, pois o Brasil não extradita seus cidadãos e, em 2004, o crime prescreveu.

"Venho neste momento falar de uma coisa que me incomoda muito, porque há 34 anos houve um episódio comigo. Essas coisas aconteceram há 34 anos e hoje elas estão vindo como se tivessem acontecido hoje e eu fosse condenado e culpado. Para resumir: eu não tenho culpa nenhuma de nada, nunca levantei um dedo indevidamente ou inadequadamente para alguma mulher", disse em entrevista ao Blog da Marília Ruiz, do Portal Uol.

Grupos de torcedores, incluindo várias torcedoras do Atlético-MG , se manifestaram contra a vinda de Cuca para o Galo . A tag #CucaNão esteve entre os assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.

A Grupa, um coletivo de mulheres torcedoras do Atlético-MG , também publicou um manifesto com posicionamento contrário à volta do treinador.

"Trazer Cuca de volta ao Galo significa ignorar a violência sofrida por mulheres, inclusive torcedoras do clube e aflorar gatilhos e sentimentos que gostariam de esquecer ou até mesmo sepultar", dizia o texto.

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"Essa é uma coisa que me incomoda bastante. A gente vê em alguns lugares: "Ah, o Cuca não, por causa disso ou daquilo". Eu não devo nada para ninguém. Não sou um cara do mal, não fiz nada de errado, não fui julgado e culpado por alguma coisa. Fui julgado à revelia, porque já não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento junto com os outros rapazes. É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estrupro. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, não houve tentativa de abuso ou coisa assim. Só que hoje, 34 anos depois, com a força que os movimentos vêm pegando, a gente vê isso e ficamos sentidos", disse.

Cuca falou durante um vídeo que gravou ao lado da esposa Rejane e das filhas Mayara e Natasha.

"Eu quero treinar ainda grandes equipes, mas não quero nunca ser um cara mal falado. Prefiro ficar na minha casa à sair aí e achar polêmica, problema. Minha vida é baseada nesses conceitos, que são família, fé em Deus e ser uma pessoa honesta e íntegra", concluiu. Sua esposa, Rejane, defendeu o treinador das acusações.

"O Cuca é uma pessoa muito íntegra, um excelente pai. Se ele tivesse alguma atitude errada, eu jamais teria ficado casada com ele há tanto tempo. E esse tempo nos deu duas filhas lindas, que ele educou com muito amor, integridade e carinho."

O técnico segue negociando com o Galo e pode ser anunciado nos próximos dias caso não haja outro nome de preferência para assumir o clube neste momento.

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