Quando o Flamengo montou o time de 2019 e colheu os melhores resultados das últimas décadas, colocou para si mesmo um desafio: manter a hegemonia de conquistas no Brasil e na América do Sul, para alçar voos mais altos e voltar a ser campeão do mundo. O título brasileiro de 2020 , primeiro após a pandemia, mantém o sarrafo alto, mas a diretoria sabe que a tarefa é árdua para seguir no topo.
As principais metas de 2021 são conservar o bom elenco e segurar o trabalho da comissão técnica diante de um cenário com menos receita e ainda sem público.
— Só Deus sabe a pressão que eu segurei para não demitir o Rogério Ceni — admitiu o vice de futebol Marcos Braz ao EXTRA logo após o terceiro título brasileiro do clube no currículo.
— O maior mérito foi manter os principais jogadores — aponta o dirigente, sobre a campanha da conquista de 2020.
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Ciente da limitação financeira para investir na próxima temporada, o departamento de futebol trabalha para ser criativo. A principal contratação após a conquista nacional será Rafinha. A diretoria interrompeu as negociações durante a semana do jogo com o São Paulo. Até então, as duas partes já haviam apresentados seus números. A proposta do clube agradou ao jogador, mas o salário exigido pelo atleta foi considerado um pouco alto. Sem custos de aquisição, o veterano de 35 anos deve ceder para que os últimos detalhes sejam ajustados.
— Com o conhecimento de mercado que a gente tem, vamos conseguir reforçar o time, mesmo com essa situação (de orçamento mais enxuto) — disse Marcos Braz, que lembrou mais uma vez que no Brasileiro de 2009 a taça foi erguida até com salário atrasado.
Para que essa realidade não se repita, a ala da diretoria ligada ao departamento financeiro segue de olho nos gastos. A meta orçamentária do Flamengo este ano é ir até pelo menos às semifinais da Libertadores e da Copa do Brasil, além de pelo menos o segundo lugar no Brasileiro. Mas será preciso arrecadar R$ 168 milhões com vendas de jogadores para aumentar os investimentos.
Para continuar no topo, o Flamengo terá que equilibrar seu elenco. Algumas contratações de 2020, como Léo Pereira, Michael e Gustavo Henrique, não vingaram como esperado. Heranças de outros anos, como Vitinho, seguem no elenco por serem caras demais para uma cessão a outro clube com algum lucro. Mas o Brasileiro de 2020 provou que as carências ainda existem.