Benitez e Cano
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Benitez e Cano

Reconstrução. O uso da palavra foi recorrente na coletiva concedida pela cúpula do Vasco no dia seguinte à queda para a Série B do Campeonato Brasileiro.

No salão de Beneméritos de São Januário, o presidente Jorge Salgado teve a companhia de Carlos Roberto Osório, VP do clube, Duque Estrada, VP Geral, e Adriano Mendes, VP de Finanças. Reunidos, destrincharam os primeiros passos do amplo processo de reformulação do clube, com dívida estimada em R$ 750 milhões.

"A dívida do clube é enorme. Tivemos um baque com a queda para a Segunda Divisão e teremos uma perda de receita considerável. Vamos iniciar período de reestruturação com muito trabalho e luta, combatendo o desperdício. Vamos ter que fazer ajuste muito grande em todas as áreas: funcionários, atletas e fornecedores", disse Salgado, em seu pronunciamento inicial.

De cara, a perda imediata de R$ 100 milhões de receita, referente à premiações e direitos de transmissão de TV, terá um profundo impacto no processo de reestruturação do departamento de futebol. A força que o nome de Marcelo Cabo, técnico do Atlético-GO, ganhou nos bastidores é a indicação de um planejamento pautado pela responsabilidade financeira após a avaliação do alto investimento que seria necessário para contratar Fernando Diniz, ex-São Paulo, ou Lisca, do América-MG. Até segunda-feira, a diretoria pretende anunciar o nome do substituto de Vanderlei Luxemburgo.

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Em busca da anulação da polêmica partida contra o Internacional no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, devido à falha do VAR na revisão do contestado gol de Rodrigo Dourado, os dirigentes mantém o otimismo sem fugir da realidade. A mudança se faz necessária e urgente em São Januário. A mudança de patamar do arquirrival Flamengo é o exemplo. O profundo e longo processo de equação de dívidas e resgate da credibilidade no mercado financeiro e da bola foi fundamental para o sucesso na sala de troféus e nos cofres. Portanto, dificilmente a folha de pagamento orçada em R$ 4 milhões será mantida em 2021. Renegociação de contratos, acordos para possíveis rescisões, além da facilitação da saída dos descontentes estão na mesa.

"Todos nós sabíamos que tínhamos de mudar. Essas mudanças viriam com qualquer cenário. Elas podem e devem ser aprofundadas com o cenário adversário. O nome das mudanças é reformas. Vai ser reformado politicamente e no futebol. Vou falar da reforma financeira também. Chegou a hora que a gente tem de enfrentar. Chegou a hora de mudanças. Chegou a hora de o Vasco reagir", disse o VP de Finanças, Adriano Mendes.

No processo de reformulação e reestruturação do Vasco, ninguém está garantido. Com a prioridade de compra dos direitos de Benítez ao Independiente, da Argentina, o clube dificilmente exercerá o direito em junho. O valor de R$ 20 milhões foge da realidade. Donos dos maiores salários, Leandro Castan, com contrato até 2022, e Cano, com contrato até dezembro, têm o futuro incerto. Na condição de ídolos, são considerados peças-chave, mas o lado financeiro pode pesar. Certo é que a barca deve partir com muitos tripulantes da Colina.

"Vamos traçar um plano de montagem de elenco, de quem que a gente gostaria que ficasse e de quem a gente entende que não é produtivo que fique. A gente não pode queimar etapa, expor profissional. Vamos trabalhar o plano de cada um na velocidade que a gente pode. Nosso entendimento é que precisamos mudar. Do jeito que está não está bom", avaliou Pássaro.

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