O áudio e o vídeo da cabine do VAR no lance em que Rodrigo Dourado marca o primeiro gol do Internacional contra o Vasco, no último dia 14, revelam que o árbitro de campo Flávio Rodrigues de Souza recebeu a orientação do árbitro de vídeo para validar o lance mesmo diante da constatação dos técnicos que operam o VAR de que as linhas não estavam calibradas.
O clube de São Januário tenta anular a partida por conta do episódio junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. De acordo com o Manual para Árbitro de Vídeo da CBF, "se a tecnologia da revisão por vídeo falhar completamente: o VAR notificará o árbitro e/ou o quarto árbitro via dispositivo de comunicação ou walkie-talkie".
No minuto 2"50 do vídeo que o clube de São Januário recebeu da CBF, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza recebeu a informação de que a equipe do árbitro de vídeo tinha problemas:
"Flávio, Tiago falando. Estamos com dificuldades técnicas no momento. Segura um pouquinho, por favor".
Na sequência, os técnicos fazem a marcação do último jogador do Vasco, o lateral-esquerdo Henrique, e do jogador do Internacional que cabeceou a bola para o gol, Rodrigo Dourado. Por volta do minuto 4"21, o técnico informa:
"Olha só, essa linha não está, olha só, deixa eu explicar: tecnicamente, a linha não está boa. A linha não está boa tecnicamente".
Nestes casos, em que o VAR falha, a determinação da regra é de que o árbitro de campo assuma a responsabilidade pela decisão. Diz o Manual para Árbitro de Vídeo da CBF que, diante de um defeito no VAR, "os árbitros e ARs devem SEMPRE tomar uma decisão, isto é, ARBITRAR como se não houvesse VAR".Entretan to, imediatamente depois que o técnico informa que a linha não está confiável, vem a ordem da cabine do VAR para o árbitro Flávio Rodrigues de Souza.
"Flávio, gol legal, gol legal".
Em seguida, ele responde ao comando e informa os jogadores no campo:
"Tá ok. Gol legal, gente".