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Em agosto do ano passado, a Gaviões da Fiel , maior torcida organizada do Corinthians , anunciou o desejo de ajudar o clube a quitar a dívida da Neo Química Arena , que atualmente está sendo usada para a vacinação da Covid-19 .

Na ocasião, Rodrigo Gonzalez Tapia, o Digão, atual presidente da Gaviões, falou em realizar uma vaquinha virtual para arrecadar o dinheiro necessário para tirar de vez esse "problema" da vida financeira do clube. 

A ideia era que o dinheiro nem passasse pelos cofres alvinegros e fosse diretamente para o pagamento do financiamento junto à Caixa Econômica Federal . Além disso, uma espécie painel seria instalado no Parque São Jorge para que os torcedores pudessem acompanhar a arrecadação em tempo real.

Porém, após os primeiros passos para viabilizar o projeto, a campanha da organizada foi diretamente afetada, assim como todos os setores do país, pela pandemia do novo coronavírus, o que dificultou não só conversas com os responsáveis e envolvidos na questão, como atingiu diretamente a economia do país. 

Diferente do que se pode pensar, entretanto, a ideia não será engavetada e segue firme no pensamento da organizada. Em entrevista exclusiva ao IG Esportes, Alexandre Domênico, atual vice-presidente dos Gaviões, confirmou que o projeto sairá do papel.

"O projeto da vaquinha para pagar o estádio ainda está de pé, mas é um projeto que será implementado pós-pandemia. Consultamos alguns especialistas na área de marketing e eles apontaram que o cenário econômico ainda não está estável para lançarmos uma campanha de arrecadação de grande valor financeiro", afirmou Ale.

Mesmo assim, em paralelo a pausa na campanha, a torcida está programando uma reunião com pessoas ligadas a Caixa e também com os membros da nova diretoria do Corinthians para "entender o cenário atual da dívida da Arena, após a venda de Naming Rights para a Neo Química".

"Precisamos dos números finais para definir a nossa meta de arrecadação e demais itens desse grande projeto", garantiu ele. 

Vale lembrar que o Corinthians já tem um acordo de quitação com a Odebrecht, responsável por construir a casa alvinegra. Porém, a homologação deste tratado não foi anunciada oficialmente porque a assembleia de recuperação judicial da Odebrecht Participações e Investimentos (OPI) sofreu uma série de adiamentos por conta da pandemia. Na última mudança, a reunião foi remarcada para o dia 5 de março.

Após a homologação, restaria ao Corinthians pagar cerca de R$ 536 milhões referente a dívida do financiamento com a Caixa que, em setembro de 2019, entrou com processo para cobrar o valor da Arena Itaquera S/A. A ação, porém, está suspensa a pedido das duas partes, já que, nos bastidores a informação é que um acordo entre ambos está muito próximo de ocorrer. A expectativa é de que Corinthians e Caixa anunciem a novidade nos próximos meses.

Dentro do Parque São Jorge é comentado que haveria a diminuição da parcela para R$ 3 milhões/mês. Com isso, o clube usaria os R$ 15 milhões anuais pagos pela Hypera Pharma para amortizar cinco parcelas do ano. As outros sete seriam quitadas com a arrecadação obtida pelo próprio estádio, com eventos, shows, alugueis, venda camarote e a bilheteria dos jogos do Corinthians.

Há quem garanta dentro da cúpula alvinegra que, se o acordo for acertado nesses moldes, o Corinthians conseguiria até voltar a usar nas contas do futebol parte das receitas obtidas com a Neo Química Arena. Vale lembrar que, desde a inauguração em 2014, todo valor arrecadado no estádio é destinado ao pagamento da dívida.

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