Artilheiro, líder de assistências e melhor jogador do Campeonato Carioca de 2020, Gabigol vive grande fase no Flamengo. Sem dúvidas, é outro jogador quando comparado ao que esteve na Europa anos atrás. Por isso, o jornal 'AS', da Espanha, o questionou sobre um possível retorno. Em entrevista, o camisa 9 garantiu estar 'mais preparado', mas manteve seu foco no Flamengo .
Durante a entrevista, Gabigol também falou sobre a ascensão de Reinier, que foi para o Real Madrid, a evolução sob comando do ex-técnico rubro-negro Jorge Jesus e como lidou com a volta do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus. Veja as respostas na íntegra.
Você fez uma temporada histórica com o Flamengo e foi sondado na Europa. Custou para você ficar no Brasil?
2019 foi um grande ano, o melhor da minha carreira. Houve muitos desafios e conquistas coletivas e individuais. Dei uma grande volta na minha vida pessoal e profissional. Amadureci em todos os sentidos. O Flamengo me ensinou a grandeza do clube, da maior torcida do mundo, o Rio de Janeiro me abraçou de uma forma que fiquei encantado. A entidade se estruturou e formou um elenco muito competitivo, que nos possibilitou ganhar títulos. Claro que tiveram propostas tentadoras da Europa, mas nesse momento senti o desejo de continuar aqui por tudo o que isso representava.
Nesse nível alto, é difícil acreditar que não retornará...
A opção de ir para a Europa vai chegar no momento certo, quando for bom para mim e para o Flamengo. Hoje sinto que estou muito mais preparado para enfrentar os desafios profissionais e pessoais de uma mudança de país.
Futebol novo, mas uma coisa não muda: você, sempre artilheiro...
Sim, adicionei outra artilharia com o Flamengo e, principalmente, outro título. A surpresa foi o número de assistências; Eu melhorei muito nesse quesito.
É algo em que você trabalhou especialmente?
Jorge Jesus me ajudou muito na minha forma de pensar e executar. O futebol é um jogo de 11, e precisamos ter esse conhecimento, pois, com essa maturidade, pude me converter em um jogador completo, tomando sempre a decisão correta para o bem coletivo”, contou o jogador, acrescentando que a “ Seleção Brasileira é um objetivo.
Você viu?
Em Madri, agora temos Reinier. O que você diria aos espanhóis sobre ele?
É um garoto com muito talento e que nos ajudou muito no ano passado, apesar da pouco idade. Estou seguro de que tem todo o necessário para triunfar na Europa. O Real Madrid fez um bom investimento e vai colher os frutos no futuro.
No Brasil, a situação com o COVID-19 está difícil. Como você trabalhou o confinamento?
Está sendo um período difícil, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Já retornamos à atividade, com as medidas de segurança apropriadas. Antes disso, cuidava do corpo e da mente, treinando com meu próprio fisioterapeuta e lendo.
O que foi o melhor e o pior desta fase?
O pior, sem dúvida, foi não ter a rotina de treinos e jogos e estar em contato com os fãs, que são muito apaixonados. O melhor foi passar mais tempo com minha família e amigos, curtir com eles, o que durante a temporada é mais difícil devido ao calendário. E também pude participar do planejamento de muitas coisas na minha carreira, como a criação do meu personagem infantil (Gabigolzinho) e da minha marca.
Como se sente o novo futebol, sem torcedores e com mais mudanças?
Todos os jogos do Flamengo foram no Maracanã, com 60 mil torcedores. Eles eram nosso jogador número doze. Agora, tivemos que nos adaptar sem nosso maior reforço, que são os flamenguistas, mas devemos estar cientes de que é hora de colocar a saúde à frente do resto. Ficamos quase quatro meses sem jogos, os jogadores ainda precisam de melhor forma física e tivemos uma alta concentração de jogos, portanto, ter mais substituições ajuda a evitar lesões.
Quais são os objetivos do Flamengo nesta temporada?
Já conquistamos três títulos e vamos para outros dois. Nosso objetivo é lutar por todos que nós competimos.
2021 será importante para as seleções. Copa América, jogos amistosos...
A seleção brasileira é um alvo. Fui convocado anantes da pandemia e continuarei trabalhando duro para retornar.