Sem utilizar palavras, mas com uma importante atitude, o jogador do São Paulo, Tchê Tchê , demonstrou ontem apoio às manifestações que tomaram conta da cidade americana de Minneapolis , em protesto a morte de George Floyd , homem negro que foi asfixiado durante uma abordagem policial.
Ontem, o volante respondeu a uma postagem no twitter, que trazia fotos da revolta da população, com três emojis do punho erguido com a mão fechada, também conhecido como o punho cerrado, que é um símbolo histórico de enfrentamento, resistência e inconformidade frente à violência.
Leia mais: Craques do Brasil e Argentina duelam para arrecadar fundos contra o coronavírus
A atitude do jogador ganhou apoio de mais de seis mil pessoas na rede social e uma série de comentários elogiando a atitude do atleta. Em meio as manifestações, muitos torcedores fizeram um contraponto com o atacante Alexandre Pato , outro jogador do Tricolor, que, na semana passada, publicou em seu twitter o lema utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro : “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, explicando, logo depois, que apoiaria o presidente “para que ele possa fazer um Brasil melhor”.
A saudação postada por Tchê Tchê remonta a antiga civilização Assíria, uma das mais poderosas da Antiga Mesopotâmia, em face da violência cometida contra sua nação por parte dos invasores. Porém, ganhou ainda mais força quando Nelson Mandela foi preso, em 1962. Membro do Comitê Central do Partido Comunista Sul Africano, ele deixou a prisão após 28 anos e, ao ser libertado, exibiu o seu braço direito erguido e com o punho fechado.
Você viu?
A revolta em Minneapolis começou na segunda-feira, após a divulgação de um vídeo que mostra um policial branco se ajoelhando no pescoço de Floyd por quase oito minutos, enquanto ele se queixava de que não conseguia respirar. A abordagem ocorreu fora de um supermercado da cidade, que fica no estado de Minnesota.
O relatório policial afirma que o homem estava dentro de um carro quando foi preso e parecia drogado. Quando lhe ordenaram que saísse, “resistiu fisicamente”. Porém, um vídeo de vigilância, que mostra o primeiro contato entre os policiais e a vítima, desmente a afirmação. Nele, um agente escolta a vítima algemada para fora do carro e Floyd se senta na calçada sem demonstrar qualquer indício de resistir à prisão.
Em entrevista nessa semana, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey , reconheceu que o vídeo deixa claro que “o policial que fez a prisão matou alguém” e que Floyd “estaria vivo hoje se fosse branco”. Os protestos pelas ruas da cidade americana estão sendo organizados, principalmente, por movimentos que defendem os direitos dos afro-americanos, como o Black Lives Matter , que foi criado para chamar a atenção para a violência, sobretudo policial, a que a juventude negra americana é submetida cotidianamente.
Nos EUA, o jogador norte-americano de basquete LeBron James também se manifestou sobre a morte. Escolhido em quatro oportunidades como melhor jogador da, ele foi ao Instagram para publicar um post no qual se referiu a Colin Kaepernick , ex-quarterback da NFL, que ficou ajoelhado durante a execução do hino nacional dos EUA para protestar contra a injustiça racial. O post incluiu uma foto do policial com o joelho no pescoço de Floyd, ao lado de uma foto de Kaepernick ajoelhado durante o hino, com a legenda “Isso... ...é o porquê”. LeBron James , que joga no Los Angeles Lakers, também escreveu: “Vocês entendem agora? Ou ainda está confuso para vocês?”.
Diante da proporção do protesto, o governador Minnesota, Tim Walz , pediu a intervenção da Guarda Nacional e o presidente Donald Trump enviou as tropas para o estado para que assumam o controle caso haja “qualquer dificuldade”.