Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG
Divulgação
Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG

O balanço financeiro de 2019 do Atlético-MG ainda não foi divulgado, mas o clube já tem uma noção do tamanho do “rombo” em seus cofres para os próximos anos. O Galo contratou a consultoria Ernst & Young, que fez um duro e preocupando diagnóstico: a dívida do clube mineiro está perto dos R$ 700 milhões, sendo que R$ 230 milhões são débitos fiscais com o Profut, programa de refinanciamento criado pelo Governo Federal.

Leia também: Casagrande é comunista? Especialistas analisam rótulo do comentarista

- A dívida do Atlético , hoje, gira em torno de R$ 450 milhões, mais a dívida tributária, que gira em torno de R$ 230 milhões. A dívida do Atlético beira os R$ 700 milhões. A dívida tributária, que foi feita a renegociação pelo Profut - disse o presidente Sérgio Sette Câmara , ao Canal do Nicola.

Todavia, Sette Câmara se mostra otimista a médio, longo prazo, pois vê o clube com liquidez, principalmente com a construção da Arena MRV.

- O clube tem um patrimônio líquido positivo. Agora mais ainda com o estádio. O Atlético vendeu metade do shopping, hoje, o valor já está quase em R$ 300 milhões. E vai ter um estádio de R$ 500 milhões, R$ 550 milhões. O que significa dizer que vamos ter um aumento de patrimônio em torno de R$ 250 milhões. Tem clubes que estão muito endividadas e sem patrimônio, isso que é preocupante - disse o dirigente.

Você viu?

O presidente alvinegro explicou o “alívio financeiro” que o Galo tem no Profut graças a utilização do dinheiro recebido da venda do atacante Bernard ao Shakhtar em agosto de 2013, no valor de 25 milhões de euros, para abater as parcelas do Profut até janeiro de 2021.

- Entramos no Profut, e aí houve reduções naturais de quem aderia ao parcelamento. O Atlético deixou de pagar as primeiras parcelas, durante dois, três anos, e só volta a pagar em janeiro de 2021, porque houve, na época da venda do Bernard, um bloqueio por parte da Justiça Federal, a pedido da Procuradoria da Fazenda, e uma parte do dinheiro do Bernard foi bloqueado, e o Atlético não teve como ter acesso a esse valor, e aí foi uma negociação bem feita pelo nosso departamento jurídico que, ao invés de deduzir da dívida tributária do clube, fez uma antecipação das parcelas de 2015, foi fechado na época que o Daniel (Nepomuceno) era o presidente do clube. De 2015 até 2021 sem o pagamento da parcela, que é um parcelamento muito longo. Esse é o endividamento do clube - disse Sette Câmara.

Diagnóstico da consultoria

O estudo feito pela Ernst & Young vai ajudar o Galo, segundo Sette Câmara, a reestruturar o clube financeiramente.

- O diagnóstico ficou pronto não tem muito tempo. É, óbvio, uma situação preocupante em termos de endividamento, como é em muitos clubes do Brasil. A primeira coisa que importa é saber o tamanho do buraco, e aí começo a estudar a solução. Quando você não conhece o tamanho do buraco é um problema. Hoje sabemos. A Ernest & Young encerrou a primeira fase. Nós vamos partir agora pra segunda fase, que é de estruturação. Um trabalho que ela fez no Grêmio, no Flamengo, no Athletico-PR. Está agora conosco - concluiu.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!