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Na última terça-feira, Andrés Sanchez concedeu entrevista ao "Meu Timão", no YouTube e repercutiu as polêmicas sobre o balanço do Corinthians , ao qual o LANCE! teve acesso e que foi tornado público na última segunda-feira. Para explicar o déficit de R$ 177 milhões em 2019, ele entende que houve um exagero no número de atletas contratados, o que desequilibrou as contas.

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Andrés Sanchez, presidente do Corinthians
Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians



Além do aumento nas contratações entre 2018 e 2019, o presidente corintiano explicou que as despesas totais do atleta, ou seja, salários, luvas, comissão e valor são contabilizados de forma integral no ano em que ele assina contrato, mesmo que os pagamentos sejam diluídos ao longo das próximas temporadas.

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- Vou falar o mais simples possível para todo mundo entender: em 2018 contratamos quantos jogadores? Praticamente zero, aí é o "Andrés desmanche", desmanchou o time, vendeu todo mundo... Óbvio que o déficit é menor. Em 2019 contratou muito jogador, é óbvio que vai dar déficit, porque quando você contrata um jogador, é comissão, é salário, luva, imagem, tudo, custa R$ 50 milhões, você é obrigado a colocar R$ 50 milhões no ano do exercício da contratação e você não vai pagar esses R$ 50 milhões nesse ano, vai pagar em três, quatro, cinco anos, mas o déficit entra no próprio ano. Então no ano que você contrata muito jogador, independentemente de ele ser caro ou barato, os déficits são muito maiores - justificou o mandatário.

Andrés acredita que com a volta de Fábio Carille, em 2019, houve uma mudança de estilo, e o treinador pediu algumas peças para montar o elenco da forma como pensava futebol. Essa alteração no projeto exigiu um número maior de contratações, o que obviamente onerou as contas do clube com todos os encargos que acompanham a chegada de um jogador. Segundo o presidente, foi o maior erro que cometeu neste atual mandato.

- O problema é que em 2018 nós não contratamos quase ninguém, em 2019 nós exageramos na quantidade, até porque veio o Fábio (Carille), uma mentalidade diferente, queria outros jogadores, acho que só o Marllon não foi indicação dele, que já tinha sido indicado antes, o restante todos foram indicação do treinador, então é projeto que você faz. Alguns jogadores não renderam até agora o que a gente esperava, mas pode ser que rendam daqui para frente. Isso faz parte do futebol, nem tudo pode acertar, acho que exageramos um pouco a mais no ano passado - analisou.

Para 2020, porém, a situação deve ser diferente, uma vez que menos contratações foram feitas e ainda houve a venda de Pedrinho, que vai render ao clube mais do que o dobro da receita com negociação de atletas em 2019.

- (Em 2020) Foi bem menos gastos e vendemos o Pedrinho. Em 2019 nós vendemos R$ 45 milhões em jogador, neste ano só com o Pedrinho já deu R$ 100 e poucos milhões. Então time de futebol que não vender jogador, não fecha com superávit. Tem que pegar os últimos anos, o Corinthians vendeu em média R$ 120/R$ 130 milhões por ano, no ano passado vendeu R$ 45 milhões. Isso ajuda mais - disse Sanchez.

De acordo com Andrés, é possível amenizar os efeitos dos R$ 239 milhões em dívidas de curto prazo do clube (com vencimento em até 12 meses). Isso pode ser feito com renegociações, além disso as receitas anuais são suficientes para garantir os pagamentos. Em um primeiro momento, porém, a melhor medida é não fazer contratações para não levar os déficits para outras gestões.

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- É pagável (a dívida de curto prazo), até porque você não precisa pagar tudo, você pode renegociar, mas é pagável, o Corinthians tem R$ 450 milhões de receita, é não contratar jogador, segurar um pouco e vende. Eu peguei o clube com R$ 19 milhões de folha salarial, hoje está em R$ 12 milhões, só que era para estar em R$ 8 milhões, mas quem aguenta? Eu estou apanhando porque deixei de contratar jogadores, jogadores de um nível mais caro e você é cobrado por isso. Você imagine quem está gastando muito e faz oito anos que não ganha um título? (A solução) É não contratar jogador.

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