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Alexandre Mattos, diretor do Atlético-MG
Bruno Cantini/Atlético-MG
Alexandre Mattos, diretor do Atlético-MG

O Atlético-MG tem até esta segunda-feira, 27 de abril para pagar R$ 12,5 milhões à Udinese-ITA pela compra do meia Maicosuel, em 2014. o Galo foi condenado pela FIFA a quitar a dívida com os italianos, sem direito a recurso. O time mineiro diz, porém, que não terá como arcar com o compromisso e teme perder três pontos no Campeonato Brasileiro deste ano.

O Atlético tentou alegar que com a pandemia do coronavírus seria inviável quitar o débito, querendo priorizar os compromissos internos, como pagamento de salários e as despesas do dia a dia do clube. Todavia, não houve resposta positiva da FIFA, o que mantém a obrigação do Galo no pagamento o time de Udine.

O presidente atleticano, Sérgio Sette Câmara, disse que a situação é desesperadora, pois o clube havia separado R$ 9 milhões para o pagamento da dívida. Mas, a variação cambial do euro, que está na casa dos R$ 6, o valor do débito aumentou e passa dos 12 milhões de reais.

- Eu não tenho perspectiva de fazer o pagamento na segunda-feira. Se eu não fizer, o Atlético vai tomar três pontos na cabeça. Não sei te dizer direito quais os desdobramentos, mas tenho a impressão de que além de tirarem três pontos, eles fixam um novo prazo, uma nova penalidade esportiva, que eu não sei te dizer qual é, se é outra perda de pontos ou já é rebaixamento. É desesperador, porque me pegou no pior momento, no meio do coronavírus, não tem receita, não tem futebol - disse Sette Câmara em entrevista ao blog do Perrone.

O mandatário alvinegro revelou que fez uma proposta de pagar a dívida em oito, nove parcelas de 200 mil euros, mas a FIFA se recusou a aceitar o parcelamento.

- A Fifa foi muito insensível. Num tempo de coronavírus, em que você tem contratos de trabalho sendo suspensos, contratos bancários sendo suspensos ou prorrogados, eu fiz uma proposta para a Fifa. Eu disse assim: olha, todas as dívidas que eu encontrei na minha gestão não eram minhas, e eu paguei. Estou pedindo um parcelamento. Não é cano, nem prazo, nem prorrogação, nem nada. Eu preciso de um parcelamento para poder pagar meus funcionários, mas não é o jogador, é o porteiro, o limpador da piscina-explicou.

Para evitar a perda do prazo, Sette Câmara buscou empréstimo em bancos e também adiantamento de cotas que o Galo tem a receber, mas não teve sucesso.

- Tentei todos os tipos de empréstimo, mas não consegui. Os bancos menores cortaram a cota garantida dos clubes. Os bancos maiores não estão mantendo mais aquele cheque especial com os clubes. Então, secaram todas as fontes. As contas de TV do estadual já tínhamos recebido antecipadamente. Os patrocínios maiores que eu tenho aqui (BMG e MRV) já tinham pago. Nos patrocínios menores, pediram suspensão ou redução - contou presidente atleticano.

A situação está tão tensa para o clube, que para evitar a punição da FIFA, Sérgio Sette Câmara cogitou até a vender algum bem pessoal.

- Tenho até o fim do nosso horário bancário na segunda para fazer o pagamento. Esperança de reverter esse quadro? Pouca. Estou tentando aqui, vendo com alguns amigos, tentando complementar o valor, não estou nem dormindo. Vou tentar alguma coisa na segunda-feira. Se bobear, vou tentar até vender alguma coisa pessoal para tentar pagar - contou.

O presidente do Galo encerrou afirmando que terá de escolher entre pagar a dívida e a folha dos funcionários, referente ao mês de março, que também está atrasada. O Galo também não está em dia com três meses de direito de imagem.

Outras pendências na FIFA

Além do débito por Maicosuel, o Atlético-MG ainda tem de pagar 58 mil euros de mecanismo de solidariedade pela compra do meia Otero, em 2017, junto ao Caracas, um dos clubes reveladores do venezuelano.

O clube mineiro ainda terá de lidar com protestos na FIFA feitos pelo Vélez Sarsfield-ARG, pelo não repasse de valores de solidariedade após vender o atacante Lucas Pratto para o São Paulo e do Junior Barranquilla, que ainda cobra a quitação da compra do colombiano Yimmi Chará.

Outros dois casos na entidade máxima do futebol envolvendo o Galo são as ações movidas por Osmanlispor, que acusa os mineiros de aliciarem o lateral-direito Patric, evitando que ele fechasse com o clube turco, além da disputa com o Banfield-ARG, que também cobra os mineiros e do Independiente Del Valle pela transferência de Cazares, que, segundo os argentinos, foi irregular.

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