Desde a prisão de Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto Assis, no Paraguai, a polícia procura pela empresária Dalia López, que seria a pessoa responsável pela emissão dos documentos falsos apresentados por ambos ao entrarem no país.
A Justiça marcou para amanhã mais uma audiência com Dalia, que é considerada foragida, mas por meio de seus advogados, ela argumentou que a sessão deveria ser suspensa por conta do risco de contaminação do novo coronavírus. Segundo Dalia, ela tem diabetes e hipertensão, o que a incluiria no grupo de pessoas mais vulneráveis à doença.
O governo do Paraguai já confirmou seis casos de Covid-19 e determinou no último dia 10 medidas para restringir a circulação de pessoas. O promotor do Ministério Público Marcelo Pecci informou, porém, que o MP adotou medidas que serviriam como garantia para que a audiência fosse realizada. Entre elas, a redução do expediente e do número de funcionários que conduzem os procedimentos jurídicos, adoção de precauções em relação à distância entre as pessoas e cuidados com a higiene.
— A atitude dela demonstra a falta de submissão à Justiça. Existem elementos suficientes de suspeita que motivam a imputação. Minha expectativa é de que o judiciário realmente valorize isso e submeta o processo o mais rápido possível, com a medida de prisão preventiva que já era necessária. Se ela continuar foragida, vamos continuar trabalhando e investigando baseados nessa atitude — disse à "ABC Color".
As investigações apontam que a falsificação de documentos seria apenas a ponta de um iceberg que envolve um esquema de evasão cambial e lavagem de dinheiro, que teria Dalia como uma das líderes. Até o momento, 16 pessoas são investigados no caso.
Segundo o Ministério Público, a Fundação Fraternidade Angelical — da qual Dalia é presidente e que lançaria o Programa Saúde Móvel para Meninos e Meninas com Ronaldinho como garoto-propaganda — teria sido criada justamente para fazer parte do esquema. Assim como a Brasil Paraguai Investimentos, empresa criada por Wilmondes Sousa Lira (empresário e amigo de Assis) em 2019 em nome de sua mulher Paula Lira. É através dela que os irmãos Assis entrariam como sócios no negócio, que ao todo movimentaria US$ 400 milhões (R$1,8 bilhão). Por isso o interesse em se naturalizar e obter os documentos paraguaios.