Mesmo sabendo reconhecer jovens com talento para o futebol desde as categorias de base, o Brasil se tornou um exportador de grandes jogadores. Como se fosse um caça talentos de atletas para os clubes europeus e asiáticos, principais importadores.
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E a pergunta que não quer calar é a seguinte: se temos profissionais de destaque no mundo do futebol, por que estamos tão atrasados neste esporte?
"A grande questão é que a ambição financeira, que perdura no nosso país, faz com que clubes e empresários foquem no retorno e deixem de investir na capacitação dos profissionais e nos cuidados com a saúde e planejamento de cada atleta", comentou Bruno Vieira, psicólogo com especialização em Psicologia e Desempenho Esportivo pelo Barcelona.
"O dinheiro tem sido tão importante quanto a qualidade do futebol que até mesmo a construção de uma arena foi investigada pelo pagamento de propina no valor de R$ 400 milhões, condenando um grande clube e outras empresas", continuou.
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Bruno Vieira recordou o massacre de 7 a 1 que a seleção brasileira sofreu diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014 , no estádio do Mineirão.
"Nitidamente, a falta de preparo e, principalmente, a desestabilidade emocional tomou conta do Brasil que, sem muito lutar, perdeu para a Alemanha. Naquele momento, um abismo se formou entre o desempenho que se via nos gramados europeus e o que poderia ser visto aqui", disse.
Segundo o especialista, alguns jovens prodígios podem até ganhar visibilidade de forma mundial, mas, infelizmente, não recebem o apoio profissional e emocional que merecem quando estão no Brasil.
"É aí que percebemos o porquê de os clubes internacionais serem tão cobiçados pelos jogadores. Investir financeiramente em cursos de formação para os técnicos, atendimento psicológico para os atletas, profissionais que auxiliem na rotina de treinos, seria o início de uma das soluções", comentou.
Ainda segundo Bruno Vieira, o futebol brasileiro continua sendo a origem de grandes craques. "Mas a falta de investimentos, planejamento, visão e estímulos para a manutenção de talentos e desenvolvimento do esporte se revela em atraso", finalizou.