O São Paulo é conhecido por ser um clube formador de grandes jogadores, quase todos vindo do seu centro treinamento localizado na cidade de Cotia, onde fica concentrada atualmente toda categoria de base , com campos de qualidade, alojamentos completos e uma estrutura considerada de primeiro mundo.
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Da base do São Paulo saíram nomes como Kaká, Denílson, Hernanes, Julio Baptista, Casemiro, Oscar, Lucas Moura e, mais recentemente Rodrigo Caio, Luiz Araújo e David Neres. E um jogador que pinta como nova joia do time tricolor atende pelo nome de Cauã Lucca, meio-campista habilidoso e que tem 13 anos de idade.
Cauã é filho do ex-jogador Roque , que defendeu a Portuguesa por muitos anos e chegou a ser vice-campeão brasileiro naquele time inesquecível de 1996, perdendo a final para o Grêmio. Em entrevista exclusiva ao iG Esporte , Roque falou sobre as características do herdeiro: "Ele joga de meia de criação, faz os atacantes jogarem. As suas principais virtudes são o bom passe, boa visão de jogo e qualidade com as duas pernas".
O volante da Lusa da década de 90 contou também como seu filho iniciou a jornada no futebol. "Ele sempre gostou do esporte, desde bem pequeno. E quando ele fez seis anos de idade, coloquei na escolinha de futebol do São Paulo Center, de society. Com essa idade ele também disputou o Campeonato Metropolitano de futsal pela Portuguesa", disse.
"No campeonato sub-8 do futsal foi artilheiro e fez 30 gols. No sub-11 foi para o campo da Portuguesa e fez um ótimo campeonato. Ele, inclusive, marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo lá dentro do CT de Cotia", continuou Roque. E esse jogo pode ter sido decisivo para Cauã. "No ano seguinte, em 2016 , um olheiro do São Paulo chamou ele pra jogar no clube", disse.
Lapidando a joia
Segundo Roque, o ano de 2018 será importante para a continuidade da carreira do seu filho dentro do futebol, já que o garoto vai morar no CT de Cotia e treinará todos os dias. "Nós sabemos que futebol é repetição. Acho que é muito cedo para falar que ele será um jogador profissional, mas ele está no caminho certo e no clube que dá tudo que um atleta inicial precisa".
"O pessoal lá no São Paulo fala que o menino é uma promessa do futuro, mas nós sabemos que tem que sempre estar evoluindo em todos os aspectos, como físico, psicológico e técnico. Ao meu ver, ele tem muita qualidade técnica, bate muito bem na bola e tem muita visão de jogo", avisou Roque.
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Fã incondicional de Neymar, Cauã Lucca não sofreu qualquer tipo de pressão para tentar seguir a mesma carreira do pai no futebol. Segundo Roque, ele faz o que gosta. "O mais importante de tudo é que ele gosta disso e ele quer ser um jogador, nunca foi pressão minha ou de qualquer outra pessoa. Mas não vou mentir que quero ver muito meu filho atuando nos profissionais e ter um futuro muito bom pela frente".
Já é da Nike
Mesmo com apenas 13 anos de idade e dando os primeiros passos no futebol, ainda tentando se tornar um profissional, Cauã já tem contrato de patrocínio assinado com a Nike até 2021 - a empresa norte-americana de materiais esportivos fornece tênis, roupas e chuteira regularmente.
"O Cauã já estava sendo monitorado pela Nike e no início do ano passado fui procurado por eles e assinamos o contrato. Esse patrocínio não quer dizer que ele será profissional, mas já é uma conquista para ele e já ajuda muito", contou Roque à reportagem.
Pai volante, filho meia de criação
Na sua carreira dentro do futebol, Roque era conhecido por ser aquele volante de forte marcação, que não dava sossego aos meio-campistas e atacantes rivais em campo. E seu filho Cauã segue uma postura diferente dentro das quatro linhas, fazendo a função de criação ao invés de destruir jogadas. E o menino viu vídeos do pai atuando.
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"Ele viu alguns jogos meus sim. Sempre falo que para ser profissional tem que fazer diferente, sempre treinar a mais. Na minha época de jogador, quando acabava os treinos eu sempre dava um pique a mais, treinava viradas de jogo com a perna direita, perna esquerda. E, acima de tudo, ter personalidade para jogar", disse Roque.
Vice-campeão do Brasileirão em 1996, Roque - que na verdade se chama Marcelo José Ribeiro - deixou a Lusa em 1998 para atuar no Guarani. Depois ainda jogou na Matonense, Panionios (Grécia), Portuguesa Santista, Vila Nova-GO, Paraguaçuense e Atlético Alto Vale, de Santa Catarina, onde encerrou a carreira em 2004. Aliás, o apelido Roque veio do time de váreza da cidade de São Paulo chamado Roque de Moraes, onde o volante atuou antes de chegar à Lusa.