Por conta de dívidas trabalhistas, o Ministério Público do Trabalho ( MPT ) pediu a extinção do Marília Atlético Clube, que disputou a Série A1 do Campeonato Paulista em 2015 e a Série B nacional em 2008. Marcus Vinícius Gonçalves, procurador do Trabalho, recebeu quase 100 ações trabalhistas de ex-jogadores e ex-funcionários nos últimos meses.

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O Marília é acusado de não pagar salários, rescições, fundo de garantia, férias e 13º salário. De acordo com o MPT, o clube, localizado a mais de 440 km da capital paulista, fez diversos acordos na justiça trabalhista, se comprometendo a pagar as dívidas , porém não cumpriu nenhum deles.

Torcida do Marília comparece no estádio Bento de Abreu, o Abreuzão, durante jogo da Série A3 do Paulista de 2017
Divulgação/Clmoreyraphotos
Torcida do Marília comparece no estádio Bento de Abreu, o Abreuzão, durante jogo da Série A3 do Paulista de 2017

O Ministério Público do Trabalho também acusa o clube de não apresentar o balanço financeiro, isto é, esconder toda a contabilidade. Por estes motivos, o MPT pediu a extinção do Marília ou que o juiz ordene que uma pessoa capacitada intervenha na situação para que seja feita uma auditoria interna no clube e todas as dívidas trabalhistas sejam pagas.

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O pedido do MPT ainda incluí que as duas últimas empresas que estiveram à frente da administração do clube sejam condenadas a pagar R$ 1 milhão cada uma. Tudo isso será feito em uma reunião de conciliação, no Fórum Trabalhista, juntamente com o MPT. Caso não haja acordo, o juiz deverá julgar o pedido de extinção do MAC.

Se a decisão judicial for favorável a extinção ou intervenção por 180 dias, haverão as seguintes medidas: suspensão imediata de novas contratações; afastamento imediato dos ocupantes dos cargos da presidência e da diretoria; nomeação de administrador da confiança deste Juízo, o qual poderá indicar assistentes, por cujos atos ficará responsável; a elaboração da forma de administração mais adequada para gerir o clube Réu, com a indicação da forma e do prazo para pagamento dos créditos trabalhistas; eventual alienação judicial de bens de qualquer natureza, entre outras.

Lado do Marília

Por meio de uma nota oficial, o presidente do clube, Antonio Carlos de Souza Vieira, conhecido como Sojinha, informou que estará na cidade para participar da audiência e conciliação com o MPT. Em entrevista ao "Jornal da Manhã", o dirigente disse estar otimista com a audiência e que a ideia de uma intervenção já era antiga

“Só não nomearam um interventor, porque houve a eleição e um novo nome entrou no comando do clube. Fui chamado várias vezes pela Justiça do Trabalho para dialogar. Não era nem para termos disputado a Série A-3, pois o acordo com o juiz (de 30% de todas as receitas do clube) não estava sendo cumprido. Contudo, na Série A3 deste ano tudo foi acompanhado de perto pelo juiz e por isso que o Marília ainda não foi fechado”, afirmou.

Antonio Carlos de Souza Vieira, o Sojinha, atual presidente do Marília
Divulgação
Antonio Carlos de Souza Vieira, o Sojinha, atual presidente do Marília

Sojinha revelou ainda que faltam cerca de R$ 100 mil a pagar para que a conta da Série A3 seja fechada e que a conversa nesta sexta-feira, na audiência, será sobre o futuro do clube.

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“O juiz também sabe dessa dívida e sabe que boa parte de todo o recurso para custear a competição veio do meu próprio bolso. Do custo total da competição, ainda devemos aproximadamente 20%. Nos anos anteriores era quase de 100%. Então, já houve um avanço o que não poderia acontecer era a dívida seguir aumentando na velocidade em que estava. O MAC vem dando sinais de melhora, mesmo que não sejam tão aparentes para a torcida”, acrescentou.

“Vão querer saber como vai ser feita a disputa da próxima competição. Vamos mostrar que aos poucos o clube está se organizando, que o acordo trabalhista seguirá sendo cumprido à risca. Só quero deixar bem claro ao torcedor maqueano, que eu não sou o responsável por essa situação, que essas dívidas vêm do passado e que eu farei todo o possível para o MAC não fechar as portas”.

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