Lá no Iraque, um homem fã de Lionel Messi resolveu homenagear o jogador argentino e batizou seu filho com o mesmo nome. Ele mal sabia que isso teria consequências gravíssimas. Quando completou três anos de idade, o garoto foi capturado pelo Estado Islâmico justamente por ter a mesma alcunha que o camisa 10 do Barcelona.
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Em 2014, a mãe, a irmã e o próprio Messi foram sequestrados por membros do EI, sendo que os extremistas repreendiam o garoto por ter um nome considerado "infiel" para as tradições do Islã e até ordenaram que a mãe o rebatizasse para "Hassam". Na repressão particular, exploravam ainda as posses da família, que já era pobre antes da guerra civil.
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Após passar momentos difíceis nas mãos dos radicais, a família foi resgatada e atualmente encontra-se num campo de refugiados na região de Dohuk, no Curdistão Iraquiano, mas o menino continua com o trauma do seu próprio nome. A rede de TV iraquiana "K24" fez uma reportagem sobre o assunto e mostrou que o pequeno Messi, agora com cinco anos de idade, já não brinca mais com uma bola de futebol, mas sim com uma arma nas mãos.
Confira o vídeo da reportagem:
O garoto, sua mãe e sua irmã estão entre as 3 mil pessoas que as forças opositoras ao Estado Islâmico estimam terem salvado do cativeiro em Sinjar. Muitas outras ainda continuam sob domínio do Estado Islâmico, que atacou a região no Iraque em agosto de 2014. Vários civis foram forçados a se converter de religião ou trocar nomes que os terroristas julgavam profanos.
Estado Islâmico x Futebol
Recentemente, o Estado Islâmico proibiu que árbitros apitem as partidas de futebol disputadas na Síria porque eles respeitam as regras impostas pela Fifa e "violam os mandamentos e as leia de Alá". Segundo o grupo extremista, o esporte em si não foi proibido - com exceção da cidade de Mosul - mesmo sendo algo vindo do Ocidente.
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Uma das motivações apontadas pelos terorristas para a proibição foi o fato de que, de acordo com a interpretação do Isis do Corão, um jogador que é machucado durante uma partida deve agredir igualmente quem o lesionou - e não ser apenas advertido com cartões. Eles não gostam de futebol, e o menino Messi do Iraque sofreu por causa disso.