O goleiro Bruno se apresentou à polícia na tarde desta terça-feira, após a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou a liminar que o mantinha em liberdade . O jogador chegou na Delegacia Regional de Varginha, no Sul de Minas Gerais, por volta das 17h50. 

De acordo com a Polícia Civil, o goleiro Bruno assinou uma certidão onde se compromete a se entregar e depois foi liberado, já que ainda não há um mandado de prisão oficial contra ele. Sendo assim, o jogador deve se entregar em definitivo nesta quarta-feira ao juiz da 1ª Vara Criminal de Varginha. Ainda não se sabe para onde ele vai depois.

A decisão

Formada por cinco ministros, a Primeira Turna do Supremo Tribunal Federal, (STF) decidiu nesta terça-feira mandar imediatamente o atleta do Boa Esporte de volta à prisão. Por 3 votos a 1, os ministros derrubaram uma decisão de fevereiro do ministro Marco Aurélio Mello, que havia determinado a liberdade do atleta. Com isso, Bruno ficará na cadeia enquanto aguarda o processo ser julgado em Segunda Instância.

Goleiro Bruno se entregou à polícia de Varginha após decisão do STF
Reprodução/EPTV
Goleiro Bruno se entregou à polícia de Varginha após decisão do STF

O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que afirmou que a liminar deveria ser revogada porque o processo demorou para ser analisado em Segunda Instância em razão dos recursos apresentados pela defesa do goleiro Bruno , que estariam adiando o julgamento. Além disso, Janot pediu que os ministros indefiram o habeas corpus, que está pronto para ser julgado em definitivo.

Votaram a favor da volta de Bruno à prisão os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Luiz Fux, Marco Aurélio Mello, que havia concedido o habeas corpus que permitiu a libertação, foi o único contrário e Luís Roberto Barroso não participou do julgamento.

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Bruno já havia sido condenado pela Justiça, mas estava preso de forma preventiva enquanto aguardava o julgamento de um recurso apresentado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). O habeas corpus foi concedido porque o ministro Marco Aurélio entendeu que havia excesso de prazo na prisão do goleiro e que ele tinha o direito de aguardar em liberdade a decisão sobre os recursos.

O caso

Bruno foi preso em 2010 e, no dia 8 de março de 2013, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, que desapareceu em 2010 e não teve o corpo encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho que Bruno sequestrou e manteve em cárcere privado. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconheceu a paternidade, já que ela era sua amante.

A condenação ficou dividida da seguinte forma: 17 anos e seis meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

Absolvição

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a absolvição de Bruno, no último dia 19, pelo crime de corrupção de menor. A decisão mantém a sentença da juíza que absolveu os réus em referência à participação do primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, à época com 17 anos, no crime, que confessou ter participado do sequestro e cárcere privado de Eliza.

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O goleiro Bruno foi contratado pelo Boa Esporte no dia 13 de março, duas semanas depois de ser liberado e criou uma reação negativa de todos. Menos de um mês depois, no dia 8 de abril, estreou pela equipe e desde então tem sido titular na fase final do Módulo 2 e já atuou em cinco jogos.

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