A menos de um mês para as eleições do São Paulo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deu uma demonstração da força da sua candidatura à reeleição. Na última segunda, a chapa de Leco realizou um jantar para arrecadação de fundos para a campanha e vendeu os cem convites disponíveis, a R$1 mil cada. O encontro contou com dezenas de conselheiros, apoiadores e simpatizantes ao presidente. Ele disputa o pleito com José Eduardo Mesquita Pimenta.
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O presidente vem se encontrando regularmente com líderes dos principais partidos e já garantiu apoio de integrantes que vinham sendo cobiçados pela oposição, como Júlio Casares, Leonardo Serafim e Marco Aurélio Cunha. Roberto Natel, ex-candidato à Presidência do clube, fez uma composição com Leco e agora é vice na chapa da situação.
Desde o início da disputa, Leco já partiu com uma base sólida de apoios - além do grupo Pró São Paulo, liderado por José Roberto Canassa, tem os votos do grupo Legião, coordenado pelo jornalista Carlos Belmonte, do grupo Vanguarda, coordenado pelo empresário Harry Massis e do qual faz parte o candidato à presidência do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo. Na linha de frente da campanha estão figuras como o conselheiro vitalício Fernando Bracalle Ambrogi (grupo São Paulo Sempre), o desembargador José Carlos Ferreira Alves (grupo São paulinos) e o administrador de empresas Julio Conejero (grupo Nova Força).
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Respaldado pela recuperação financeira (a dívida, que chegou a ser de R$170 milhões em 2015, chegou a R$114 milhões em março, redução de mais de 30% em 16 meses) e pelo fortalecimento do time para a atual temporada, Leco é visto como favorito até mesmo pela oposição, mas descarta acomodação e continua trabalhando para garantir que as apostas se concretizem na segunda semana de abril, quando acontece a eleição.
Oposição patina
Se, de um lado, o presidente avança justamente no momento decisivo, a oposição patina em dúvidas e incertezas. Principal fiador e financiador da candidatura de Pimenta, Abilio Diniz virou uma grande incógnita após a BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão e que tem o empresário como presidente do seu conselho de administração) ser atingida em cheio pela Operação Carne Fraca, que descobriu um esquema de funcionários do Ministério da Agricultura que teriam recebido propina para liberar carne para venda sem passar por fiscalização. Nos grampos, um fiscal do Ministério da Agricultura aparece numa tentativa de acionar Abílio para dar uma chance a seu neto em peneira no São Paulo.
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José Roberto Pernomian Rodrigues, vice-presidente de Integridade Corporativa da BRF e homem de confiança de Abilio, é um dos alvos da operação. Sua presença na companhia já havia sido questionada, por uma condenação em outro caso, envolvendo a multinacional Cisco. Abilio bancou sua permanência, apesar da resistência do Conselho de Administração. A oposição de Leco patina.