O goleiro Bruno Fernandes, de 32 anos de idade, acusado de participar do assassinato da amante Eliza Samudio em julho de 2010, conseguiu um habeas corpus em Brasília e será libertado da prisão onde está detido em Minas Gerais. Quem concedeu o direito de liberdade foi o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), na noite de quinta-feira.
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"O alvará foi emitido na noite de ontem (quinta-feira) e já está na Vara de Execuções Penais de Santa Luzia", disse o advogado do goleiro Bruno , Lúcio Adolfo, ao jornal Estado de Minas. A liminar faz com que ele possa recorrer da sua pena solto.
Veja imagens de Bruno e do caso Eliza Samudio:
O ex-jogador de Flamengo, Atlético-MG e Corinthians foi condenado a 22 anos e 3 meses de detenção pela morte de Eliza Samudio, com quem teve um filho. Bruno está preso na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Santa Luzia, cidade localizada na Grande Belo Horizonte. A pena total consiste nos crimes de sequestro, assassinato e ocultação do cadáver da modelo.
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A decisão do ministro
Para Marco Aurélio Mello, Bruno está preso há 6 anos e 7 meses sem ter seus recursos julgados. "Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. Embora a complexidade do processo possa resultar na demora do julgamento do recurso, não deve, jamais, resultar no tempo da prisão de natureza provisória", disse o ministro em sua decisão.
Marco Aurélio assumiu o caso no lugar do ministro Teori Zavascki, morto no último mês de janeiro em um acidente de helicóptero no Rio de Janeiro.
Segundo a assessoria do STF, o habeas corpus é válido apenas se Bruno não estiver preso por outros crimes que não tenham relação com o caso Eliza Samudio. O documento será analisado na Vara de Execuções Penais de Santa Luzia e sua liberação deve acontecer ainda nesta sexta-feira.
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O caso Eliza Samudio
Bruno foi condenado pela Justiça mineira, em março de 2013, a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima — , a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
A pena foi aumentada porque o goleiro Bruno foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador. Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do atleta, de quem foi amante. Na época, ele era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.