Depois de passar por um momento político bastante conturbado em 2015, com a renúncia do então presidente Carlos Miguel Aidar após algumas denúncias de corrupção e má administração, os bastidores do São Paulo começam a se acalmar. E se acalmaram muito em função da atual boa gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, eleito mandatário tricolor depois da saída de Aidar.
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Naquela ocasião, a eleição de Leco foi tranquila, derrotando Newton Ferreira, candidato da oposição, por um esmagador placar de 138 a 36, com 19 votos em branco. O novo pleito para o triênio 2017/2020 está marcado para o próximo mês de abril - aliás, de acordo com o novo estatuto, esta será a última votação a ser realizada em abril, já que as posteriores passarão a acontecer no mês de dezembro. Assim, o próximo presidente terá um mandato de três anos e nove meses.
Desde quando assumiu em outubro de 2015, Leco tinha a missão de pacificar a política são-paulina, além de conseguir montar um time competitivo para disputar títulos e, acima de tudo, tentar sanar as finanças do clube, que tinha uma dívida que beirava a casa dos R$ 300 milhões. Tudo isso foi cumprido.
2016 no azul
Se o ano passado não foi muito bom para o time dentro de campo, fora dele sobraram motivos para comemorar. Segundo o jornalista Jorge Nicola, depois de registrar um déficit de R$ 172 milhões somando os anos de 2014 e 2015, o São Paulo conseguiu reverter o quadro na temporada passada. O balanço recente apresenta um superávit pouco superior a R$ 1,3 milhão.
Alguns fatores explicam essa recuperação financeira do clube: o valor de R$ 60 milhões recebido do contrato televisivo com a Globo; as vendas de Ganso, Alan Kardec, Maicon e Ademilson; e também a melhora no faturamento com ações de marketing. E 2017 começou com o cofre recheado após a boa venda do atacante David Neres ao futebol holandês por quase R$ 50 milhões.
Um time com a identidade tricolor
Leco prometeu também um time competitivo para este ano, com boas possibilidades de brigar por títulos na temporada. Promessa é dívida e as dívidas precisam ser pagas. Primeiro o presidente promoveu o retorno do ídolo e "mito" Rogério Ceni ao clube, agora na função de treinador, agradando a todos do elenco e, principalmente, aos torcedores.
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Além disso, ao lado da sua diretoria, o presidente se esforçou para contratar reforços de peso e trouxe nomes de impacto, como os atacantes Wellington Nem e Neílton, os meias Cícero e Jucilei e o goleiro Sidão. A cereja do bolo foi o acerto com o argentino Lucas Pratto, um dos maiores atacantes do futebol brasileiro e mundial, agora vestindo a camisa tricolor.
Alheio às contratações pontuais está a manutenção dos principais jogadores do time, como Maicon, Rodrigo Caio e Cueva.
Neste começo de ano, o São Paulo já marcou 15 gols nos cinco jogos disputados até o momento no Campeonato Paulista, melhor marca ofensiva do século. Antes disso, só em 1999 que a equipe alcançou 16 gols nas cinco rodadas iniciais. E mais do que isso. A torcida demonstrou estar satisfeita com o momento do clube e compareceu em peso ao Morumbi: quase 51 mil pessoas contra a Ponte Preta e outras 44 mil diante do Mirassol.
Aliado importante
Em sua chapa batizada de "São Paulo de Verdade", Leco ganhou um aliado importante para tentar a reeleição. Roberto Natel desistiu de concorrer contra o atual presidente e se juntou a ele com a função de vice. Marcelo Abranches Pupo Barboza é o nome para presidência do Conselho Deliberativo.
"A parceria foi exaltada em comunicado oficial. "Esta união só foi possível porque os grupos e lideranças políticas que desde o início deram sustentação, robustez e confiança à nossa candidatura a receberam com entusiasmo e de braços abertos. A todos e a cada um agradeço mais uma vez, publicamente", comentou Leco.
"Caminharemos juntos rumo a uma gestão mais profissional e ainda mais transparente, democrática e eficiente, pautados apenas pela honestidade e movidos pelo amor ao clube. Sim, nós somos São Paulo de verdade", finalizou o dirigente.
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Pelo lado da oposição, na chapa "Por um São Paulo Gigante e Vencedor", o candidato é José Eduardo Mesquita Pimenta, ainda sem a definição de nomes para vice geral e presidente do Conselho Deliberativo. Pimenta ocupou a presidência tricolor entre 1990 e 1994, período em que o clube sagrou-se bicampeão da Libertadores e do Mundial.
Anos de história
Leco é advogado, tem 78 anos de idade e mais de 30 anos como conselheiro do São Paulo, atuando na diretoria como superintendente de futebol e vice-presidente durante a gestão do finado Juvenal Juvêncio. Entre 2014 e 2015 ocupou o cargo de presidente do Conselho Deliberativo. Obviamente que todo clube tem uma oposição, mas o atual presidente está mais fortalecido do que nunca. Os números e atitudes da sua gestão mostram que a continuidade é necessária para reconstrução do gigante do Morumbi.