A Procuradoria-Geral da Bolívia prendeu nesta quinta-feira Gustavo Vargas, ex-diretor de Registro Aeronáutico Nacional, que autorizou a operação da companhia aérea Lamia, proprietária do avião que caiu com a delegação da Chapecoense na semana passada, perto de Medellín, na Colômbia.
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O pai de Vargas, também chamado Gustavo, é diretor-geral da empresa e foi preso na última quarta-feira. A Promotoria investiga se houve tráfico de influência para permitir que a Lamia funcionasse na Bolívia. No momento, sua licença no país está suspensa.
![Avião da Lamia que caiu com a delegação da Chapecoense Avião da Lamia que caiu com a delegação da Chapecoense](http://i0.statig.com.br/bancodeimagens/2n/p3/t1/2np3t1jke3ttuxkca7xy990j1.jpg)
Também foram apreendidos documentos na sede da Direção Geral de Aeronáutica Civil (Dgac), em La Paz, órgão ao qual pertence o Registro Aeronáutico Nacional. Além disso, a Procuradoria não descarta convocar para depoimento o ministro de Obras Públicas Milton Claros, que já havia cogitado a hipótese de tráfico de influência.
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Fundada em 2009, no estado de Mérida, na Venezuela, a companhia aérea começou a operar apenas em 2014 e pouco depois transferiu sua sede para a Bolívia. Sua especialidade eram voos fretados para times de futebol da América Latina, já que oferecia flexibilidade para pousar em aeroportos remotos.
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O avião que caiu com a Chapecoense, deixando 71 mortos, era o único de sua frota em condições de operar. Um de seus sócios era Miguel Quiroga, que pilotava a aeronave e morreu na tragédia. A principal hipótese para explicar o desastre é falta de combustível.
No ramo da aviação
Gustavo Vargas, o pai, já foi piloto do presidente Evo Morales. Na semana passada, ele havia reconhecido que a aeronave precisava ter feito uma escala entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín, já que o trajeto do voo era igual à autonomia do jato.