O poker muitas vezes passa uma imagem de jogo aristocrático ou com ambientes enfumaçados e personagens saídos de um filme do velho oeste. Na prática isso não acontece. O jogo é democrático e inclusivo. Pode se jogar inclusive sem dinheiro. Os grandes sites de poker oferecem os famosos jogos de Play Money, onde as pessoas podem jogar, única e exclusivamente, pelo prazer e sem envolver nenhum centavo. A diversão é garantida.
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Qualquer pessoa pode jogar poker . Gordo, magro, rico, pobre, com desabilidade, velho e novo, e mais além disso, diferente de qualquer outro esporte, você pode jogar -e ganhar- dos grandes campeões. Nesse caso não é fácil, e nem barato, já que os grandes eventos, aí sim, são para bolsos mais recheados. Nesse caso a alternativa seria buscar os chamados torneios satélites, que são classificatórios para os grandes eventos, mas por um preço mais acessível.
De toda forma, em outras modalidades esportivas sai caro participar dos principais eventos. A diferença é que no poker você, você mesmo, pode participar, dado o caráter aberto das competições. Não dá para bater uma bola com o Neymar, correr com o Hamilton, tomar um toco do LeBron James, mas é possível enfrentar Daniel Negreanu, o maior nome do poker, nos campeonatos mundo afora. O canadense inclusive já esteve no Brasil.
Diversão, trabalho e dinheiro
Se no longo prazo os mais preparados tendem a ficar com os títulos e o dinheiro, no curto prazo o poker é muito dinâmico e nos traz gratas surpresas. Dentro desse princípio da inclusão, do jogo democrático, vimos recentemente a história de Jaime Ateneloff, uruguaio de 85 anos, que foi o campeão da etapa de Punta del Este da Brazilian Series of Poker. Jaime levou 88.412 dólares (R$ 287 mil), bateu 786 jogadores e na entrevista final, feita por mim, aliás, disse: “O poker dá sentido a minha vida”. Não só a dele. Muita gente encontra no jogo a diversão, o trabalho e a possibilidade de seguir competindo.
Ronaldo, Rodrigão do vôlei, Maurren Maggi e Fernando Scherer foram nomes importantíssimos em seus esportes. Todos representaram o Brasil com muita qualidade e chegaram ao topo. A carreira é curta para os atletas, mas a vontade de competir, de sentir a adrenalina e de vencer continua. Aliando isso a diversão, todos eles encontraram no poker uma forma de seguir testando limites, enfrentar adversários e aprender. São disciplinados e gostam de ouvir conselhos e dicas do jogo.
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O Fenômeno já foi longe no PCA 2015(Poker Stars Caribbean Adventure), torneio que marca o início da temporada no poker. Ficou com a vigésima sexta colocação entre 816 jogadores, levando 42.180 dólares (R$ 137 mil) para casa. Não é muito comum vê-lo nos torneios e eventos relacionados ao jogo aqui no Brasil, diferente dos atletas olímpicos que costumam aparecer com mais frequência.
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Scherer, inclusive, foi o campeão de um dos eventos do BSOP, o Brasileirão do Poker, nessa semana. Bateu 80 competidores, entre eles um dos brasileiros que já foi campeão mundial, André Akkari, e ficou com o troféu de campeão e R$ 27.000. No mesmo dia, jogando o evento principal, Rubens Bontempo, um senhor de cabelos brancos de Minas Gerais, deu um show de paciência e determinação e venceu o profissional Bruno Kawauti no heads-up (mano a mano) e ficou com título, troféu, bracelete (uma tradição do poker) e mais R$ 527.800.
Para quem deseja seguir competindo, buscando objetivos, ou apenas se juntar com os amigos para dar risada tomando uma cerveja, o poker encaixa muito bem. Eu recomendo!
*Victor Marques, o Vitão, é ex-jogador profissional de poker, narrador, repórter e blogueiro do Superpoker e do Bandsports