A técnica Pia Sundhage anunciou nesta terça-feira a lista das convocadas pela seleção brasileira para a Copa do Mundo Feminina 2023, que será disputada na Austrália e na Nova Zelândia. O principal destaque ficou pela presença da atacante Marta, que fará a sua sexta participação em Mundiais.
Seis vezes a melhor jogadora do planeta e maior artilheira da história das Copas, Marta, de 37 anos, deve disputar a sua última edição da principal competição do futebol. Mas se depender da volante Formiga, isso ainda não terá um fim.
"Não vai ser a última (risos). Se a gente conseguir fazer a próxima Copa do Mundo ser aqui no Brasil, não terá cenário melhor para ela parar. Ela tem capacidade para isso, está jogando em alto nível. Espero que ela possa refletir um pouquinho porque ela tem muito a agregar à Seleção feminina. Todas nós temos ela como espelho”, disse a experiente jogadora em entrevista ao iG Esporte.
Formiga se despediu da Seleção Brasileira no dia 25 de novembro de 2021, com 234 jogos em 26 anos de serviços prestados à amarelinha. A volante de 45 anos afirma que vê a equipe confiante e que pode surpreender ao longo do Mundial, mas pede pés no chão.
"Se eu falar que estamos 100% preparadas, talvez eu estarei me enganando e a todos outros. Mas eu acredito que o clima ele muda quando você chega na competição. Então se a Seleção no começo da preparação com a Pia para esse Mundial colocou em algum momento na cabeça que era a favorita talvez esteja se perdendo no meio do caminho. Favoritismo a gente deixa sempre para os demais, mas passando de fase e ganhando mais confiança eu tenho certeza que vamos chegar a pensar na final. Vejo um grupo com a mentalidade mais diferente, confiante, apesar de ter uma mescla de meninas mais experientes e outras mais novas, mas todas entendem da responsabilidade do que é uma Copa do Mundo e do quanto nós precisamos vencer esse campeonato".
No início de junho, a seleção feminina dos Estados Unidos divulgou um vídeo de suas jogadores para a Copa do Mundo, exaltando suas conquistas na categoria e qualidade das atletas. Parte dos internautas nas redes sociais enxergaram a produção com uma certa soberba das norte-americanas. Já Formiga afirma que vê como uma forma de valorizar a cultura que tem gerado resultados positivos.
"Achei fantástico. É o estilo delas, de confiar no que eles tem de melhor, se fosse no lado de cá seria da mesma forma. De certa forma eles já começam a impactar os outros adversários, ‘estamos indo grandonas’. Elas conseguem acreditar realmente no que elas têm, que é justamente o apoio de um país inteiro, que por mais dificuldade que tenham com a confederação delas, são abraçadas. É um autoconfiança gostosa, não aquela que te deixa cair lá na frente. Sei o quanto elas se cobram para isso".