Filho de Cristian trilha caminho na base do Corinthians
Reprodução/Instagram
Filho de Cristian trilha caminho na base do Corinthians

Longe dos gramados desde 2021, quando defendeu o Atibaia, o volante Cristian Baroni divide seu tempo atualmente entre futevôlei, projetos fora do futebol e família, em especial o filho Cristian, que atua no Sub-15 do Timão.

Nascido em 2008, ano em que o pai chegou ao Alvinegro, Junior está no clube desde o futsal. Em publicação recente no Instagram, Cristian disse que ‘passou um filme’ ao ver o filho jogando, enquanto acompanha o jovem nas arquibancadas no Parque São Jorge. 


Em entrevista exclusiva ao iG Esporte, o volante falou sobre a emoção de ver o ‘xará’ trilhando seus passos no clube paulista, onde conta que foi muito feliz.

“Passa um filme na minha cabeça porque era um lugar que eu treinava e jogava ali, muitas lembranças boas de títulos, bagunça. Depois da chegada do Ronaldo aquilo virou um inferno (risos). Poder ver meu filho jogar com a camisa do Corinthians não tem sentimento melhor. Fico muito orgulhoso porque é difícil para ele, mas ao mesmo tempo é gostoso essa pressão, pois você quebra barreiras, já que às vezes tem muitas pessoas más intencionadas nesse meio.

Ídolo do Corinthians, Cristian afirma que ’não moveu um dedo’ para beneficiar o filho em sua chegada ao clube, destacando o comprometimento dele em buscar seu próprio espaço.

“Sempre deixo claro quando falo sobre isso. Ele está no Corinthians desde os sete anos e não fui eu que o coloquei ali, mas ele sozinho frequentou as barreiras que todos passaram, fez os testes, jogou no salão e depois ingressou no campo. Não é porque é meu filho que tem carta branca. Pelo contrário, eu não movo um dedo para isso. É bom para ele e para mim saber que ele está conseguindo pelo esforço dele mesmo.

“Ele sabe que eu fui um ídolo no Corinthians, mas ele não quer ficar na sombra do pai e quer seguir o seu próprio caminho. Ele tem uma cabeça muito boa. Uma das virtudes dele é ser um menino muito humilde. Se você encontrar com ele no Parque São Jorge você não vai acreditar que ele é meu filho, escuto isso de várias pessoas. Se ele jogar bem ou mal, vai ser o mesmo Cristian. Ele pegou uma responsabilidade desde novo, porque se tratando de Corinthians é muito difícil, é a camisa pesada.


Além do filho, Cristian dá o apoio e ajuda outros jovens em começo de carreira, mas alerta para a necessidade dos garotos e seus pais tratarem essa fase com leveza. 

"No que eu puder ajudar, estarei lá, apesar dessa geração ser muito ligada as redes sociais, às vezes até os pais atrapalham nesse sentido, querem atrair essa mídia muito rápido, mas são crianças, tem que deixar se divertir. Claro que as coisas que aparecem são muito boas, mas é não levar essa cobrança sua para eles".

Aos 39 anos e com passagens por Fenerbahçe, Grêmio e Flamengo, Cristian ainda não definiu sua aposentadoria do futebol, mas já deu os primeiros passos do 'pós-carreira'. O volante é dono da marca 'Resenha B1 & B2', que tem uma linha de roupas e torneio de futevôlei, que já contou com grandes nomes do esporte e da música.

Ele conta que a marca se trata de um lifestyle, e destaca a importância da entrada do futevôlei em sua vida, quando passava por dificuldades particulares e mais precisava de uma 'rota de fuga'.

"O futevôlei entrou na minha vida em um momento que eu mais precisava, aconteceu algumas coisas comigo enquanto eu ainda jogava que me deixaram triste e acabei me decepcionando com as pessoas. Às vezes a gente acaba acreditando e colocando a confiança nessas pessoas, e foi o que aconteceu comigo. Nesse meio tempo eu conheci a modalidade, em que eu podia me divertir e sorrir sem ter cobranças.  A cobrança no futevôlei é sua com você mesmo.


"E aí entrou a pandemia, que deixou a gente preocupado com muitas coisas. Depois de muito tempo parado, juntamos os amigos, quando começou a liberar aos poucos, e decidimos fazer um torneio entre nós e o negócio pegou de uma maneira legal. Eu sou o B1, o mais velho, e o Jonas é o B2. Já tínhamos essa resenha com a família, com a rapaziada, mas decidimos criar o torneio e chamar diversas personalidades. Depois surgiram as roupas, que eram apenas para nós usarmos no dia a dia, mas as pessoas começaram a ‘cobrar’ e perguntar sobre, e iniciamos a produção".

Relação atual com o Corinthians

- A minha relação com o Corinthians é muito boa, tenho amigos lá dentro do clube e acompanho sempre quando eu posso. É um clube que eu tenho gratidão enorme, e agora com meu filho tenho aquele carinho de torcedor, mas ao mesmo tempo de pai. Uma loucura total, porque tem que se conter muito. Sempre deixei as portas abertas para o Corinthians, independente do que aconteceu, sempre frisei isso, de ser um bom profissional. Meu filho acompanha mais do que eu, é um cara focado no objetivo dele, mas sou um torcedor tranquilo, não corneto, até porque já vivi isso e vejo muita maldade em certos comentários, até de pessoas que já viveram o dia a dia do clube e sabem como é a pressão. 


Técnicos estrangeiros no Brasil

- Joguei muito tempo na Turquia, quase seis anos, e percebi que nós brasileiros, às vezes, temos uma cultura ruim. Isso é nosso, de querer jogar, estar sempre nas partidas, então por um lado é bom e outro ruim. Hoje você tem tudo modernizado para o jogador, chip e etc. Quando esses treinadores vêm para o Brasil e tentam trazer coisas que eles fazem lá fora a gente não consegue se adaptar tão rápido assim, e por isso acho que alguns treinadores pecam um pouco. Lá fora o elenco é muito reduzido, cerca de 23 jogadores, então eles consegue completar com jogadores da base. Aqui não. Você tem vários jogadores e todo mundo quer jogar. Então o técnico estrangeiro tem essa questão do rodízio, e estamos mal acostumados com isso. Então precisa chegar e ter essa humildade de perguntar saber como funciona. Quem faz muito isso é o Abel Ferreira. Ele veio de uma cultura da Europa, chegou e morou no clube. Ele entendeu como é o Brasil e o Palmeiras.

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