
Gabriel Bortoleto concluiu neste domingo (07), em Abu Dhabi, sua temporada de estreia na Fórmula 1 com desempenho irregular, marcado por força em classificações e dificuldades em ritmo de corrida.
A análise dos dados dos quatro novatos revela evolução desigual e impacto distinto nas disputas internas das equipes.
A última etapa, vencida por Max Verstappen e decisiva para o título de Lando Norris, consolidou a distância técnica entre os rookies e seus companheiros.
Os números mostram equilíbrio apenas na Haas, vantagem expressiva para Hadjar na Racing Bulls e desafios maiores para Antonelli e Bortoleto no comparativo direto.
Bortoleto: velocidade em uma volta e queda de rendimento nas corridas
O brasileiro terminou a temporada com 19 pontos, enquanto Nico Hülkenberg somou 51. O resultado representa 37,2% do total obtido pelo alemão, evidenciando diferença relevante no ritmo de prova.

Nos treinos, porém, o cenário mudou: Bortoleto venceu 12 das 23 classificações internas, superando Hülkenberg em 52% das sessões.
O desempenho indica capacidade de extrair tempo em voltas rápidas mesmo com um carro instável no pelotão intermediário.
Na corrida, o equilíbrio diminuiu. O brasileiro terminou à frente do companheiro 7 vezes, contra 8 do alemão.
Seu melhor resultado foi um 6º lugar, alcançado no período em que a Sauber apresentou maior eficiência aerodinâmica.
Em Abu Dhabi, Bortoleto chegou a figurar na parte superior do top 10, mas perdeu posições no stint final após ultrapassagens das Haas e de Lewis Hamilton.
Antonelli: pontuação reduzida e forte assimetria interna na Mercedes
Kimi Antonelli concluiu o ano com 150 pontos, contra 319 de George Russell - 47% da pontuação do britânico.

O italiano ficou à frente apenas 3 vezes nas classificações e 3 vezes nas corridas, ambas equivalentes a 12,5% das sessões totais.
Enquanto Russell registrou duas vitórias e nove pódios, Antonelli somou três pódios e teve como melhor resultado um 2º lugar.
A diferença revela que, apesar de mostrar constância em stints longos, o novato ainda não acompanha o ritmo de Russell em momentos decisivos.
Na etapa final, Antonelli se manteve entre os oito primeiros, mas sem ameaça direta ao top 5, em estratégia focada na pontuação de Russell na disputa contra Ferrari e McLaren.
Hadjar: melhor desempenho relativo entre todos os estreantes
Isack Hadjar encerrou o campeonato como o mais competitivo entre os novatos.

O francês somou 51 pontos, superando a soma dos companheiros Yuki Tsunoda e Liam Lawson, que juntos marcaram 41.
Nos treinos, Hadjar liderou com folga: venceu 17 de 24 classificações, equivalente a 71%. Nas corridas, manteve vantagem com 12 chegadas à frente, contra 7 dos colegas.
Seu pódio em 3º lugar representou o melhor resultado de um rookie em 2025, e sua média de pontuação (2,4 pontos por corrida) foi mais que o dobro da melhor média dos companheiros (1,0).
O desempenho sustentado reforça a avaliação interna de que Hadjar é o novato em estágio mais avançado de adaptação.
Bearman: equilíbrio constante e disputa interna mais apertada da temporada
Oliver Bearman fechou o ano com 41 pontos, ligeiramente acima dos 38 de Esteban Ocon - 51,9% da pontuação total da dupla.

Nas classificações, venceu 14 das 24 sessões (58%), e nas corridas superou o francês 11 vezes, contra 9.
Seu melhor resultado foi um 4º lugar, obtido em fase de maior competitividade da Haas.
Entre os novatos, Bearman foi o que mais manteve regularidade, oscilando menos que Bortoleto e Antonelli e enfrentando adversário direto de desempenho similar.
Em Abu Dhabi, Bearman repetiu o padrão da temporada: ritmo estável, diferença curta para Ocon e disputa interna técnica e consistente.