
A Red Bull Racing anunciou a promoção de Yuki Tsunoda para sua equipe principal, substituindo Liam Lawson, que retorna à Racing Bulls. A mudança ocorre após apenas duas corridas de resultados insatisfatórios de Lawson como parceiro de Max Verstappen. A decisão rápida reflete um padrão histórico da equipe em lidar com pilotos que não atendem às expectativas.
Laurent Mekies, chefe da Racing Bulls, expressou orgulho pela promoção de Tsunoda, destacando seu progresso notável no início de 2025. Mekies elogiou a energia e positividade do piloto japonês, desejando-lhe sucesso na Red Bull. Simultaneamente, o dirigente demonstrou entusiasmo pelo retorno de Lawson, prometendo proporcionar um ambiente propício para que o neozelandês expresse seu talento.

Mekies ressaltou que o progresso de Tsunoda no ano anterior e no início de 2025 foi "simplesmente sensacional", destacando o privilégio da equipe em testemunhar esse desenvolvimento tanto em Faenza quanto em Milton Keynes.
Histórico de mudanças rápidas
A Red Bull tem um histórico de decisões velozes quanto a pilotos com desempenho abaixo do esperado, tanto na equipe principal quanto na júnior. Em 2005, Tonio Liuzzi teve uma curta passagem de quatro Grandes Prêmios pela Red Bull Racing, parte de um acordo incomum de compartilhamento de assento com Christian Klien.

Liuzzi, campeão da F3000, juntou-se à Red Bull - então uma equipe de meio de grid - em um arranjo peculiar de compartilhamento de assento. Após quatro eventos, a equipe percebeu que a situação era prejudicial e optou por manter Klien pelo resto da temporada. Liuzzi, no entanto, permaneceu no programa Red Bull, sendo posteriormente colocado na Toro Rosso.
Pierre Gasly, promovido à equipe principal em 2019, enfrentou dificuldades em acompanhar o ritmo de Max Verstappen. Após 12 corridas e resultados aquém do esperado, foi rebaixado de volta à Toro Rosso durante a pausa de verão. Gasly posteriormente se recuperou, inclusive vencendo o GP da Itália de 2020 com a equipe júnior.

A promoção de Gasly veio após a surpreendente saída de Daniel Ricciardo para a Renault em 2018. Apesar de momentos promissores, como o quarto lugar no GP da Grã-Bretanha, Gasly não conseguiu manter a consistência necessária, levando à sua substituição.
Casos emblemáticos e impactos nas carreiras
Daniil Kvyat teve uma experiência similar. Promovido à Red Bull em 2015 após a saída de Sebastian Vettel, o russo teve um desempenho sólido, mas não espetacular. Seu melhor resultado foi um segundo lugar na Hungria. No entanto, após quatro corridas em 2016, incluindo um GP da Rússia desastroso, foi substituído por Max Verstappen, cuja ascensão meteórica motivou a mudança.
Brendon Hartley, escolha surpresa para a Toro Rosso em 2017, teve uma passagem turbulenta de 25 Grandes Prêmios. Apesar de problemas de confiabilidade, acidentes frequentes e desempenho inferior ao de Gasly levaram à sua dispensa no final de 2018, comunicada minutos após a última corrida da temporada. Hartley, que retornou ao programa Red Bull quase uma década após sua primeira participação, não conseguiu se adaptar às exigências da F1 moderna.

Alex Albon substituiu Gasly na Red Bull em 2019, inicialmente com bons resultados. Entretanto, inconsistências na temporada 2020 levaram à sua substituição por Sergio Pérez. Albon permaneceu como piloto de testes antes de se transferir para a Williams em 2022. Sua passagem pela Red Bull foi marcada por momentos de promessa, como pódios na Toscana e no Bahrein, mas também por dificuldades em acompanhar o ritmo dos líderes.
Casos recentes e a política da Red Bull
Casos mais recentes incluem Nyck de Vries, que após apenas 10 corridas sem pontos pela AlphaTauri em 2023, foi substituído por Daniel Ricciardo. A contratação de De Vries foi considerada peculiar, vindo quatro anos após seu título na Fórmula 2 e principalmente devido à sua impressionante estreia substituta pela Williams em Monza 2022. A parceria, no entanto, nunca deu certo, com De Vries sendo constantemente superado por Yuki Tsunoda.
O próprio Ricciardo, retornando à equipe júnior com ambições de voltar à Red Bull, teve uma passagem inconsistente de 25 Grandes Prêmios antes de ser afastado e anunciar sua aposentadoria. Sua volta em 2023, após uma passagem difícil pela McLaren, começou com a ambição de reconquistar um assento na Red Bull. Apesar de alguns lampejos de velocidade, as exibições foram inconsistentes, não ajudadas por uma lesão no pulso logo no início de seu retorno.
A estratégia da Red Bull, embora controversa, reflete sua busca incansável por excelência e resultados. A equipe demonstra que está disposta a fazer mudanças rápidas e decisivas quando acredita que um piloto não está atendendo às expectativas, independentemente do tempo de serviço ou potencial previamente demonstrado.