Mais uma vez Bernie Ecclestone ganhou espaço nas manchetes pelo mundo por suas opiniões controversas e, no mínimo, questionáveis. Na contramão da luta por igualdade de gêneros e da voz conquistada pelas mulheres nos últimos tempos, o chefão da Fórmula 1 voltou a afastar a possibilidade de pilotos dos sexo feminino na principal categoria do automobilismo.
Durante uma conferência europeia sobre propaganda, Ecclestone foi perguntado sobre a possibilidade de a Fórmula 1 ter mulheres nos cockpits e se manifestou contrário à questão. "Não conheço nenhuma mulher que fisicamente seja capaz de conduzir um carro de Fórmula 1 de forma rápida. Isso não deveria ser levado a sério."
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A luta das mulheres para adentrarem um meio dominado por homens como a Fórmula 1 ganhou força nos últimos anos, mas a última a ter figurado na categoria foi Susie Wolff, que foi piloto de desenvolvimento e de testes da Williams entre 2012 e 2015, mas, sem espaço na briga pela titularidade, decidiu abandonar a carreira no fim do ano passado.
As declarações de Ecclestone, como era esperado, foram recebidas com revolta pelas mulheres do automobilismo. A piloto Pippa Mann que já disputou as 500 milhas de Indianápolis, por exemplo, se manifestou nas redes sociais.
"Suspiro. Aqui vamos nós de novo", escreveu em sua página no Twitter. "Algumas vezes, é melhor você apenas apertar o botão de silenciar e sair andando. Esta é uma habilidade que se conquista e eu estou tentando aprendê-la."
Ecclestone estava mesmo disposto a causar polêmica em seu depoimento e também abordou outros temas controversos. Ele disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "é o homem que deveria controlar a Europa" e manifestou seu apoio a Donald Trump na disputa pela presidência dos Estados Unidos. O chefão da Fórmula 1 ainda garantiu que os imigrantes do Reino Unido "não contribuíram em nada com o país".