A bandeira olímpica chegou na segunda-feira (12) a Los Angeles, cidade que tem quatro anos para organizar Jogos capazes de fazer frente ao espetáculo oferecido por Paris.
A prefeita da cidade, Karen Bass, chegou em um avião decorado com desenhos de palmeiras e com o logo "LA 2028" e percorreu a pista carregando a bandeira com os cinco anéis olímpicos ao lado de vários atletas americanos.
Bass garantiu que Los Angeles tem "muito a aprender" com Paris e destacou a capacidade francesa de organizar "Jogos Olímpicos para todos", com atividades paralelas para quem não tinha ingressos.
"Temos a pressão de garantir que nossa cidade e nossa região estão preparadas", disse a prefeita, antes de afirmar que é necessário "pisar no acelerador".
Pouco antes de sua chegada, um terremoto de magnitude 4,6 nos arredores da cidade recordou os desafios únicos que Los Angeles enfrenta.
"É evidente que temos que garantir que estamos prontos e preparados para enfrentar situações como possíveis terremotos, e devemos também estar preparados para situações climáticas difíceis", reforçou a prefeita de uma cidade muito afetada pelo aquecimento global.
- Transportes: um grande desafio -
O grande desafio será, sem dúvida, o transporte.
Bass quer "Jogos Olímpicos sem carros", uma promessa mais do que ambiciosa para os californianos que estão habituados a utilizar seus veículos em uma cidade atravessada por estradas gigantes onde os engarrafamentos são frequentes.
"Não acredito que possamos conseguir isso, mas vamos tentar", disse à AFP James Moore, especialista em transportes da Universidade do Sul da Califórnia (USC).
O metrô e os trens têm capacidade reduzida para os 10 milhões de residentes de Los Angeles. Logo, as autoridades poderiam trazer 3.000 ônibus de outras partes do país e criar faixas seletivas.
O Comitê Organizador declarou apenas que o transporte público será uma "prioridade": ninguém será impedido de dirigir, mas nem todos os locais olímpicos terão estacionamento.
- Hollywood e os sem-teto -
Como mostrou um vídeo divulgado na cerimônia de encerramento, onde Tom Cruise se pendurou no telhado do estádio para carregar a bandeira olímpica e os anéis até o letreiro de Hollywood em Los Angeles, a cidade é a capital mundial do cinema e do entretenimento.
"Somos criativos, contamos histórias e temos esporte e diversidade", disse à AFP Reynold Hoover, diretor-geral do Comitê Organizador.
A cidade de Los Angeles já possui instalações que podem acomodar atletas de todo o mundo.
O histórico Coliseum, já utilizado nos Jogos de 1932 e 1984, será sede das provas de atletismo.
Os espectadores poderão acompanhar a ginástica no famoso Staples Center, casa dos Lakers, ou conhecer a nova arena Intuit Dome.
Mas por trás desta fachada de glamour, Los Angeles tem 75 mil pessoas em situação de rua, em uma Califórnia onde os preços da habitação são abusivos.
Desde que assumiu a prefeitura, Bass fez desta questão uma prioridade que parece estar dando frutos. O número de pessoas sem-teto caiu em 2024 pela primeira vez em seis anos.