A porta do Grand Palais permanecerá aberta, as luzes do Palácio de Versalhes acesas e a pista do Stade de France instalada; o fim dos Jogos Olímpicos marca o início da contagem regressiva para as Paralimpíadas de Paris, que começam em 28 de agosto, com a ambição de gerar o entusiasmo popular e deixar um legado duradouro na França.
"Estes momentos de alegria vividos durante os Jogos Olímpicos não são nada comparados ao que veremos nos Jogos Paralímpicos. As pessoas vão esquecê-los ainda menos", prometeu a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em entrevista coletiva na sexta-feira.
- 4.400 atletas -
Quase 4.400 atletas participarão durante 11 dias de competição, que prosseguirá até 8 de setembro em 18 locais, 16 deles também utilizados nos Jogos Olímpicos.
No período entre os dois eventos, o objetivo "é continuar convencendo", avalia Marie-Amélie Le Fur, presidente do Comitê Paralímpico e Esportivo Francês (CPSF).
"O que fez a diferença nos Jogos Olímpicos, e por que deixaram a sua marca, é que houve um verdadeiro clamor popular", continua. "Se o público compreender que encontrará as mesmas emoções, teremos os ingredientes para os mais belos Jogos Paralímpicos da história", declarou à AFP.
Algumas das sedes das competições durante as Olimpíadas, como o Grand Palais (que receberá esgrima em cadeira de rodas e o taekwondo) ou o Palácio de Versalhes (hipismo), ainda esperam atrair público e já estão completos, segundo a organização. O mesmo acontece com o ciclismo de pista, o tiro esportivo e o triatlo, novamente com a etapa da natação no rio Sena.
- Aceleração na venda de ingressos -
Em outubro de 2023 os 2,8 milhões de ingressos foram colocados à venda com preços atrativos, a partir dos 15 euros (R$ 90 na cotação atual).
Apesar da demora nas vendas, a organização permaneceu confiante, estimando que seriam muito maiores durante os Jogos.
Na sexta-feira, Paris-2024 anunciou "uma aceleração" na compra dos ingressos. Com quase um milhão de ingressos vendidos ou reivindicados antes das Olimpíadas, um novo número será anunciado durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (12).
Para Marie-Amélie le Fur, a experiência dos Jogos Paralímpicos é "uma oportunidade social".
"Quando vierem aos Jogos Paralímpicos com seus filhos, verão como muda a sua visão sobre a situação da deficiência", com a descoberta de "algo novo" e "das emoções do esporte paralímpico".
O público esperado nas competições é majoritariamente composto por franceses e famílias.
O impacto do evento dependerá também de sua capacidade de acolher as pessoas com deficiência (PCD) na vida cotidiana.
- Falta de acessibilidade -
Em Paris por exemplo, os transportes públicos e sobretudo o metrô, antigo e pouco acessível para PCDs, são um grande ponto a ser melhorado.
Na sexta-feira, a vereadora de Paris responsável pela acessibilidade, Lamia El Aaraje, destacou o acesso às linhas de ônibus e trens, garantindo que continuará "trabalhando depois dos Jogos para expandirmos este legado", afirmou.
No campo esportivo, o CPSF destaca o seu dispositivo "Clube Inclusivo", que pretende registrar mais de 3.000 clubes para pessoas com deficiência no país.
Até então, a data-chave é 28 de agosto na Place de la Concorde e na Champs-Élysées, onde ocorrerá a cerimônia de abertura também comandada pelo francês Thomas Jolly, responsável pela abertura dos Jogos Olímpicos.