A atacante Priscila comemora o primeiro gol na vitória do Brasil contra a Espanha, na semifinal do futebol feminino dos Jogos Olímpicos, no estádio de Marselha, no dia 6 de agosto de 2024.
CLEMENT MAHOUDEAU
A atacante Priscila comemora o primeiro gol na vitória do Brasil contra a Espanha, na semifinal do futebol feminino dos Jogos Olímpicos, no estádio de Marselha, no dia 6 de agosto de 2024.
Clement MAHOUDEAU

O Brasil disputará a final do futebol feminino contra os Estados Unidos, sua primeira desde 2008, após vencer a campeã mundial Espanha por 4 a 2 nesta terça-feira (6), em Marselha, com uma grande exibição.

As brasileiras abriram o placar com um gol contra logo no início da capitã espanhola Irene Paredes (6'), e ampliaram por meio de um chute da atacante Gabi Portilho nos acréscimos do primeiro tempo (45'+4).

Na segunda etapa, Adriana marcou o terceiro de cabeça (72') e Kerolin fez o quarto (90'+1).

Os gols da Espanha foram marcados pela atacante Salma Paralluelo (85' e 90'+12).

O Brasil, que nunca conquistou a medalha de ouro no futebol feminino, vai enfrentar os Estados Unidos pela terceira vez em uma final olímpica depois das disputadas em Atenas-2004 e Pequim-2008, ambas perdidas.

A estrela da equipe, a veterana Marta, de 38 anos, assistiu das tribunas mais uma grande exibição das companheiras, que haviam eliminado a anfitriã França (1-0) nas quartas de final.

Ela foi suspensa por dois jogos após ser expulsa na derrota para a própria Espanha (2-0) na fase de grupos, e estará disponível para disputar a final no estádio Parque dos Príncipes, em Paris.

- Brasil abre placar com gol contra -

A classificação para a terceira final representa uma alegria para o futebol brasileiro, no momento em que a seleção masculina (ouro na Rio-2016 e em Tóquio-2020) sequer se classificou para o torneio olímpico na capital francesa.

Já a Espanha, embora tenha desembarcado na França com o único objetivo de conquistar a medalha de ouro, terá o consolo de conquistar sua primeira medalha, o bronze, contra a Alemanha na sexta-feira, em Lyon.

As campeãs mundiais, comandadas pelo técnico Montse Tomé, pareceram não ter se recuperado do duro golpe sofrido logo no início do jogo, num erro da goleira Cata Coll, que voltou a jogar com uma máscara preta para proteger o nariz fraturado.

Pressionada por Priscila, ela tentou afastar a bola de qualquer maneira, mas seu chute desviou levemente na atacante, acertou o quadril de Paredes e voltou para o próprio gol.

Lideradas pela artilheira Jenni Hermoso, e com a estrela Alexia Putellas começando o jogo no banco, a Espanha equilibrou a partida com o passar dos minutos, mas as brasileiras levavam perigo constantemente no contra-ataque e pressionavam a saída de bola.

- Rolo compressor -

A seleção brasileira se mostrou à vontade com a mudança tática proposta pelo técnico Arthur Elias de começar com três zagueiras (3-4-3), provavelmente para esconder os sensíveis desfalques da lateral-esquerda Tamires e da zagueira Rafaelle, lesionadas.

Com a torcida fazendo barulho, apesar do estádio do Olympique de Marselha ter apenas um quinto da sua capacidade de 67 mil espectadores ocupada, o Brasil levou ainda mais perigo com bolas longas nas costas das defensoras espanholas.

A ponta-esquerda Yasmim aproveitou essa fragilidade mandando um cruzamento e a atacante Gabi Portilho pegou de primeira de pé direito fazendo 2 a 0.

A Espanha precisava reagir, como fez quando eliminou a Colômbia (4-2 nos pênaltis, após um empate em 2 a 2) nas quartas de final. Mas desta vez a missão parecia bem mais difícil para a vencedora da Bola de Ouro Aitana Bonmatí e para aquela que é considerada a melhor seleção do planeta.

E as brasileiras queriam mais. Priscila puxou um contra-ataque pela esquerda e tocou para na área para Adriana, que chutou de primeira e a bola explodiu no travessão. Na sobra, Gabi Portilho desviou com uma cabeçada para Adriana mergulhar e marcar o terceiro, de cabeça.

A Espanha diminuiu também com uma cabeçada de Paralluelo que contou com um desvio de Duda Sampaio e chegou a acreditar no empate.

Mas Kerolin, num contra-ataque em que mandou a bola por entre as pernas da goleira Cata Coll, jogou um balde de água fria na seleção espanhola.

Com eternos 15 minutos de acréscimos, a Espanha conseguiu diminuir para 4 a 2 por meio de Paralluelo após um escanteio. Mas era tarde demais.

O Brasil comemorou a classificação para uma final olímpica após 16 anos e vai lutar contra os Estados Unidos pela inédita e tão sonhada medalha de ouro.

    AFP

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