Os anéis olímpicos retratados na Torre Eiffel, em Paris, em 24 de julho de 2024, antes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
KIRILL KUDRYAVTSEV
Os anéis olímpicos retratados na Torre Eiffel, em Paris, em 24 de julho de 2024, antes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Kirill KUDRYAVTSEV

Alguns gritos de “Palestina Livre” deram as boas-vindas à delegação palestina para os Jogos Olímpicos na manhã desta quinta-feira (25) em um aeroporto de Paris, que quer aproveitar o evento para denunciar o “tratamento desumano” sofrido pelos palestinos.

Com tâmaras nas mãos, cerca de cem ativistas da causa palestina estavam no Terminal 2C do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle desde o início da manhã para receber a pequena delegação de Ramallah, informou a AFP.

Carregando lenços e bandeiras palestinas, eles gritavam “Palestina livre, livre, livre” e “De Paris a Gaza, resistência, resistência”.

“Estou aqui para dar as boas-vindas aos atletas palestinos” e para apoiar um "povo que vem sendo oprimido há muito tempo", disse Awatef. “Mesmo que os governos os abandonem, nós, o povo, estamos aqui”, acrescenta.

Entre os oito atletas palestinos que participam dos Jogos, apenas alguns se classificaram. Os demais foram beneficiados por um convite do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Para a delegação, ganhar as preciosas medalhas não é o objetivo principal.

“Hoje, a Palestina envia uma mensagem ao mundo: a necessidade de acabar com o genocídio contra nosso povo na Faixa de Gaza, de acabar com a ocupação e o regime de apartheid nos territórios palestinos ocupados”, disse o representante da Autoridade Palestina na França, Hala Abu Hasira.

Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza em resposta ao ataque sem precedentes lançado pelo movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, que matou 1.197 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

A resposta de Israel matou 39.145 pessoas, a grande maioria delas civis, no território palestino, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

- “Fazer valer a causa palestina” -

Os Jogos Olímpicos de Paris-2024, que começam na noite de sexta-feira, estão sendo realizados em um cenário de segurança rigorosa, especialmente porque o conflito no Oriente Médio abalou o establishment político na França, lar da maior comunidade judaica da Europa.

Apesar dos pedidos de exclusão dos atletas israelenses por parte de algumas vozes da esquerda francesa e do Comitê Olímpico Palestino, os 88 atletas da delegação israelense chegaram a Paris e participarão das competições em meio a fortes medidas de segurança.

“O Comitê Olímpico Israelense perdeu seus direitos morais, esportivos, humanitários e legais de participar ao incentivar e, em alguns casos, participar da guerra, do genocídio e da limpeza étnica em curso em Gaza”, disse o presidente do comitê palestino, Yibril Rayub.

“Do ponto de vista psicológico, humanitário e moral, é impossível” para os atletas palestinos coincidirem com os israelenses durante as provas, acrescentou o veterano político palestino. Nós somos as vítimas e eles são os criminosos”.

De acordo com o Comitê Olímpico Palestino, 300 atletas, funcionários e voluntários do mundo do esporte foram mortos na Faixa de Gaza.

A presença de atletas palestinos em Paris também é simbólica.

“Não se trata de medalhas, mas de alcançar o maior número possível de pessoas com a causa palestina. Não me importo com o dinheiro. Se uma medalha me permite chamar mais atenção, é isso que me interessa”, disse Yazan Al Bawwab, nadador dos 100m costas.

    AFP

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