O goleiro português Diogo Costa (à esquerda) defendeu três pênaltis na vitória sobre a Eslovênia
JAVIER SORIANO
O goleiro português Diogo Costa (à esquerda) defendeu três pênaltis na vitória sobre a Eslovênia
JAVIER SORIANO

Portugal precisou vencer nos pênaltis nesta segunda-feira (1º), em Frankfurt, para superar a solidez defensiva da Eslovênia, e se classificar para as quartas de final da Euro-2024, onde enfrentará a França.

Depois do placar de 0 a 0 permanecer inalterado até o fim da prorrogação, o goleiro Diogo Costa se tornou o herói da sua equipe com três defesas nas três primeiras cobranças dos eslovenos, que viram o fim do sonho de chegar às quartas de final pela primeira vez na sua história.

O goleiro do Porto, eleito Jogador da Partida pela Uefa, resolveu uma situação que tinha se tornado muito complicada para a seleção portuguesa, depois de Jan Oblak ter defendido um pênalti de Cristiano Ronaldo na prorrogação (105').

As lágrimas do astro de 39 anos depois desse lance ilustraram perfeitamente seu desespero, após vários chutes para fora e outros defendidos por Oblak.

"Primero senti tristeza e depois alegria, isso é o que o futebol te dá, momentos inexplicáveis, um pouco de tudo. Não cometi erros este ano e quando mais era necessário, o Oblak defendeu...", disse o capitão português após o jogo.

Desde o início da partida, Ronaldo procurou o gol repetidas vezes, com cabeçadas (32'), cobranças de falta direta (34', 38', 55' e 72') e até num mano a mano (89'), mas o pênalti defendido foi a gota d'água para os nervos, já no limite devido à falta de gols de sua equipe.

- Eslovênia sobrevive ao cerco -

O desespero de Ronaldo foi compartilhado pelos seus companheiros, que apesar de atacarem de forma contínua, esbarraram repetidamente no bloco defensivo da Eslovênia, muito bem posicionado e reativo.

Entretanto, os eslovenos escolheram gradualmente as oportunidades para avançar e procurar o gol, conscientes de que o seu plano de jogo se baseava na solidez da defesa.

Depois de ter mantido esse esquema nos primeiros 45 minutos, a Eslovênia começou a se soltar mais, com chegadas rápidas que se tornavam menos perigosas nos metros finais, como aconteceu num chute inocente de Benjamin Sesko (62'), que encerrou sua participação no torneio sem ter marcado nenhum gol.

Apesar do avanço da Eslovênia, os portugueses se mantiveram fiéis ao seu plano de assalto, cercando inúmeras vezes a área adversária mas sem encontrar uma brecha na defesa eslovena nos noventa minutos regulamentares.

Houve uma oportunidade de ouro no primeiro tempo da prorrogação quando Diogo Jota entrou na área, atraindo quatro marcadores, e caiu ao ser interceptado por Vanja Drkusic. O árbitro marcou pênalti (103).

- Diogo Costa rouba protagonismo de Oblak -

A arquibancada atrás do gol, lotada de torcedores portugueses, comemorou com euforia a decisão, enquanto as câmaras procuravam Cristiano Ronaldo, especialista em penalidades máximas.

Mas, no enésimo confronto entre o craque português e Oblak, o goleiro mergulhou com convicção e força para a esquerda, adivinhando o canto e mais uma vez salvou sua seleção.

Em meio às lágrimas, CR7 teve que se recompor nos últimos 15 minutos, nos quais seu companheiro Diogo Costa apareceu para anular Sesko (115'), na melhor chance que a Eslovênia teve para vencer a partida.

O lance encheu de confiança o goleiro português, que cresceu na disputa de pênaltis. Foi a vez dele pular para o lado direito nas três primeiras cobranças, com grandes defesas nos chutes de Josip Ilicic, Jure Balkovec e Benjamin Verbic.

Da seleção de Portugal, Cristiano Ronaldo se redimiu, convertendo a primeira cobrança após a qual pediu desculpas aos torcedores enquanto gritavam seu nome.

Bruno Fernandes e Bernardo Silva também acertaram as suas, para o delírio da torcida portuguesa.

Depois do susto, a seleção lusa vai enfrentar a França no dia 5 de julho, em Hamburgo, às 16h (horário de Brasília), valendo uma vaga nas semifinais, uma repetição da final da Euro-2016 vencida pelos portugueses em Paris.

    AFP

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