Hinchas del PSG queman bengalas en los alrededores del estadio Parque de los Príncipes. En París, el 10 de mayo de 2024
FRANCK FIFE
Hinchas del PSG queman bengalas en los alrededores del estadio Parque de los Príncipes. En París, el 10 de mayo de 2024
FRANCK FIFE

"Artilheiro indispensável" ou "ego superinflado": o astro francês Kylian Mbappé encerrará no dia 30 de junho seu relacionamento de sete anos com o Paris Saint-Germain, com cujos torcedores viveu altos e baixos.

Como na maioria das histórias de amor, tudo começou com paixão: cantos em sua homenagem e bandeiras com seu rosto começaram a encher o Parque dos Príncipes, principalmente nas arquibancadas dos 'ultras' da tribuna Auteuil.

Nascido e criado na região parisiense, Mbappé logo se tornou uma estrela global e, portanto, um ídolo no estádio do PSG.

Mas o jogador de 25 anos teve momentos em que a sua popularidade entre os torcedores diminuiu, sobretudo devido a momentos de dúvidas sobre a sua continuidade ou mesmo receios de que partisse para outro clube. Na sua maioria foram alarmes falsos, mas esta temporada a ideia de deixar o time francês tomou forma de maneira mais real e o anúncio do próprio jogador nesta sexta-feira não pode ser considerado uma surpresa, já que todos consideravam um fato consumado.

Os gols fizeram dele um jogador querido por muitos, embora outro setor da torcida o acuse de não ser muito expressivo e nunca o considerou muito sintonizado com os 'ultras' ou outros grupos de torcedores do time.

Sempre focado nos seus objetivos esportivos, Mbappé até admitiu no vídeo em que anunciou sua saída que a sua relação com parte dos torcedores nunca foi muito fluida.

"Há pessoas a quem gostaria de agradecer, sobretudo: os torcedores", afirma o craque. "Sei que não fui o que mais respondeu com gestos e que nem sempre estive à altura do amor que vocês me deram durante sete anos", disse ele.

Após o anúncio, o jogador se dirigiu ao estádio do PSG para se reunir com torcedores do clube, confirmou um fotógrafo da AFP.

- Do amor ao ódio -

Apesar de suas estatísticas, de ser o maior artilheiro de todos os tempos do PSG e de exibições como o hat-trick contra o Barcelona em 2021, para muitos torcedores há outros jogadores recentes mais queridos.

"Tirando os dados numéricos, não é nada comparado ao que poderia haver em relação a Edinson Cavani ou Ángel Di María. Ele é muito asséptico", avalia Icham Barrouk, de 36 anos. "Neste clube há romantismo, há afeto", afirma.

"Perdemos um ego superinflado, mas também um artilheiro indispensável. Mesmo que contratemos três grandes meio-campistas, nunca supriremos sua saída", disse à AFP Jonathan Partula, engenheiro de 42 anos, que afirma ter "passado de um amor apaixonado ao ódio".

"Talvez teríamos terminado a relação como amigos se tivéssemos vencido a Liga dos Campeões nesta temporada", diz ele. O PSG foi eliminado na semifinal de terça-feira contra o Borussia Dortmund na Champions, que o clube nunca conquistou em sua história.

Em tom semelhante, Lea Canches, advogada criminalista de trinta anos e grande torcedora do clube da capital francesa, também mostra sua frustração: "Para mim, ele não vai marcar a história do clube por causa de todo o barulho que houve todos os anos (...) Ele é um grande jogador, mas não um grande jogador do PSG".

A pergunta que fica é qual será a recepção que os torcedores lhe darão no domingo, na sua última noite como jogador do PSG, contra o Toulouse, pela 33ª rodada da Ligue 1.

"Quando soube da saída dele sofri o impacto, fiquei em estado de choque, mas não vou me despedir. Para mim, há vários meses ele não respeita o clube", lamenta Jonathan Partula.

A maioria dos torcedores do PSG questionados pela AFP não entendem que o Real Madrid seja seu provável novo destino.

"Lá ele nunca vai bater recorde, aqui ele poderia ter continuado batendo. Além disso, ele vai para o nosso pior inimigo", afirmou Partula. "É uma sensação comparável à de um rompimento, de que algo ficou inacabado", admitiu.

    AFP

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