O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse ter "toda a confiança na Agência Mundial Antidoping" (Wada, na sigla em inglês), alvo de críticas depois da revelação de testes positivos de doping de 23 nadadores chineses em 2021, declarou o dirigente em entrevista à AFP.
"Nós temos plena confiança na Wada e em suas regras, e a Wada tem cumprido suas regras", afirmou Thomas Bach na sede do COI em Lausanne, na Suíça.
Metade financiada pelo COI, a Wada precisou designar um procurador independente na quinta-feira para avaliar sua gestão dos testes positivos de doping, revelados no sábado pelo jornal americano The New York Times e pela emissora alemã ARD.
No começo de 2021, vinte e três nadadores chineses testaram positivo para a trimetazidina, um medicamento cardíaco proibido desde 2014 porque pode melhorar a circulação sanguínea. Mas os atletas não foram nem suspensos, nem sancionados antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, enquanto a Wada aceitou a tese das autoridades chinesas de que eles teriam sofrido uma contaminação alimentar em seu hotel.
Thomas Bach explicou à AFP ter sabido do caso "pela mídia". Mas depois o COI foi "informado pela Wada sobre os procedimentos adotados pela agência", que consistiram sobretudo em avaliar a verossimilhança de uma contaminação em meios de informação científicos sobre a trimetazidina - e desde então aguarda as conclusões da investigação independente.
Para o dirigente do COI, "não há nenhuma razão" para os nadadores vinculados ao caso não participarem dos Jogos de Paris. "Não é possível que se contentem em fazer uma acusação contra um atleta sem que ela seja respaldada pelas autoridades competentes, neste caso a Wada", disse o jurista bávaro.