(arquivo) O presidente polonês da Agência Mundial Antidopagem (WADA), Witold Banka, faz um discurso na abertura do simpósio anual de dois dias da WADA em Lausanne, em 12 de março de 2024.
FABRICE COFFRINI
(arquivo) O presidente polonês da Agência Mundial Antidopagem (WADA), Witold Banka, faz um discurso na abertura do simpósio anual de dois dias da WADA em Lausanne, em 12 de março de 2024.
Fabrice COFFRINI

A Agência Mundial Antidoping (Wada) pediu a um procurador independente que analisasse a forma com a qual lidou com o caso em que 23 nadadores chineses testaram positivo para um medicamento prescrito para o coração.

A Wada também enviará uma "equipe de auditoria" à China para reavaliar a situação atual do programa antidoping do país, informou a organização em um comunicado.

A instituição tem enfrentado críticas desde que a mídia noticiou no fim de semana que os nadadores testaram positivo para trimetazidina (TMZ) – que pode melhorar o desempenho – antes das Olimpíadas de Tóquio de 2021, mas não foram sancionados depois que a Wada aceitou o argumento das autoridades chinesas de que o caso ocorreu devido à contaminação de alimentos.

O diretor da Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada), Travis Tygart, descreveu a situação como um "possível encobrimento", afirmação que a Wada condenou categoricamente.

A Wada disse em um comunicado que pediu ao ex-procurador suíço Eric Cottier que revisse a forma como geriu o caso.

"A integridade e a reputação da Wada estão sendo atacadas. Nos últimos dias, a Wada foi injustamente acusada de grave parcialidade a favor da China por não ter recorrido do caso junto ao Tribunal Arbitral do Esporte."

- 'Acesso sem restrições' -

"Continuamos a rejeitar as falsas acusações e estamos satisfeitos por podermos colocar estas questões nas mãos de um procurador experiente, respeitado e independente", disse o presidente da Wada, Witold Banka, em um comunicado.

A Wada garantiu que Cottier terá acesso "completo e irrestrito" a todos os seus arquivos e documentos sobre o caso.

A equipe que viajará para a China incluirá "auditores independentes da comunidade antidoping em geral".

A Wada indicou que a visita fazia parte do seu programa regular de monitoramento de conformidade.

O Diretor Geral da Wada, Olivier Niggli, declarou: "Embora nenhuma evidência tenha sido apresentada para apoiar qualquer uma das alegações feitas contra a Wada, desejamos lidar com o assunto da maneira mais rápida e completa possível para que seja resolvido de forma adequada antes dos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris".

A Usada, que na terça-feira fez um apelo por uma grande reforma da Wada, considerou nesta quinta-feira que a posição da organização relativamente às acusações "exemplifica o problema do sistema atual".

"Ao chamá-la de 'investigação independente', os dirigentes da Wada estão tentando nos enganar", alertou a Usada, que pede um "amplo alcance" na revisão "que seja constituída por um representante independente dos atletas e juristas imparciais respeitados com experiência antidoping designada por consenso governamental".

Por sua vez, Pequim descreveu as informações sobre o caso como "notícias falsas". Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, afirmou na segunda-feira: "Os relatórios relevantes são notícias falsas e não correspondem à realidade".

    AFP

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