O zagueiro da Inter de Milão, Francesco Acerbi, comemora o primeiro gol na vitória sobre o Milan, no estádio de San Siro, em 22 de abril de 2024
GABRIEL BOUYS
O zagueiro da Inter de Milão, Francesco Acerbi, comemora o primeiro gol na vitória sobre o Milan, no estádio de San Siro, em 22 de abril de 2024
GABRIEL BOUYS

A Inter de Milão se tornou nesta segunda-feira (22) a segunda equipe da história a vencer 20 vezes o campeonato italiano, e a oportunidade do calendário a levou a conseguir isso ao derrotar o seu grande rival, o Milan (2-1).

Na primeira ocasião em que tiveram de garantir o 'Scudetto', Lautaro Martínez e seus companheiros não hesitaram e colocaram a cereja no bolo de uma temporada em que dominaram implacavelmente a Serie A.

Para que a alegria dos 'tifosi' fosse em dose dupla, os 'nerazzurri' venceram o clássico milanês em San Siro, no qual o Milan jogou oficialmente em casa, graças aos gols de Francesco Acerbi (18') e Marcus Thuram (49').

A equipe 'rossonera', derrotada pela sexta vez consecutiva no 'Derby della Madonnina', diminuiu aos 80 minutos de jogo por intermédio de Fikayo Tomori, mas acordou tarde demais.

A reta final da partida foi marcada por brigas em campo que levaram à expulsão de três jogadores, dois do Milan e um da Inter.

Faltando cinco rodadas para o fim da temporada, a Inter tem uma vantagem agora de 17 pontos sobre o vizinho Milan, impossível de ser alcançada.

A equipe do técnico Simone Inzaghi fez história no campeonato italiano: antes, apenas a Juventus havia alcançado, em 1982, o número de 20 títulos nacionais que dá direito a bordar duas estrelas douradas em suas camisas.

Embora a Juve domine amplamente o retrospecto histórico da Serie A, com um total de 36 títulos - e, portanto, três estrelas -, a Inter ultrapassou o Milan, que a havia alcançado em 2022 com o 19º título.

- Dez vitórias seguidas -

O título da Inter de Milão era esperado por todos há semanas, dada a superioridade dos 'nerazzurri' e a irregularidade dos seus perseguidores.

Com o campeão anterior, o Napoli, rapidamente fora do páreo, a Inter passou quase toda a temporada na liderança, deixando apenas migalhas para Milan (líder na 8ª rodada) e Juventus, que assumiu brevemente a liderança na 21ª rodada.

Com a Inter emendando triunfos (incluindo uma série de dez vitórias consecutivas entre janeiro e março), o Milan perdeu a maior parte das suas oportunidades no outono europeu, enquanto a Juve perdeu o equilíbrio no início do ano com apenas sete pontos em nove jogos.

Simone Inzaghi liderou uma imparável máquina de vencer: sua equipe sofreu apenas uma derrota no campeonato, contra o modesto Sassuolo (2-1) no San Siro, no dia 27 de setembro.

A sua campanha é impressionante: 27 vitórias em 33 jogos com, de longe, os melhores números no ataque (79 gols marcados) e na defesa (18 sofridos) na Serie A.

Boa parte desse mérito cabe a Lautaro Martínez, nomeado capitão nesta temporada e artilheiro do campeonato (23), e ao francês Marcus Thuram, que chegou no verão europeu passado vindo do Borussia Mönchengladbach.

- Adeus nas oitavas da Champions -

A Inter de Milão também acertou em suas apostas no goleiro suíço Yann Sommer (19 jogos sem sofrer gols) e no reforço da defesa com o francês Benjamin Pavard.

Com Hakan Calhanoglu e Henrikh Mkhitaryan, a Inter ainda pode quebrar vários recordes até o final da temporada.

A sua fantástica temporada 2023-2024 continuará, no entanto, a ser manchada pela eliminação pelo Atlético de Madrid nas oitavas de final da Liga dos Campeões, competição em que chegou à final em 2023, e pelos supostos insultos racistas de Acerbi, que também joga na seleção, e que depois acabou sendo cortado pela Federação Italiana.

Pelo menos nos gramados, o futuro parece brilhante: Inzaghi e Lautaro vão renovar, as contratações de Medhdi Taremi (do Porto) e de Piotr Zielinski (do Napoli) já estão fechadas.

Mas a situação financeira é menos otimista: a Inter, obrigada a vender para contratar, conseguiu reduzir seu prejuízo em 2022-2023, mas eles ainda chegam a 85 milhões de euros (cerca de R$ 468 milhões pela cotação atual).

Seu proprietário desde 2016, o grupo chinês Suning do empresário Steven Zhang, tem multiplicado os empréstimos para se manter à tona.

    AFP

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