Torcedores exibem bandeiras de Israel em jogo das Eliminatórias da Euro contra a Suíça, em novembro do ano passado, em Budapeste, na Hungria
ATTILA KISBENEDEK
Torcedores exibem bandeiras de Israel em jogo das Eliminatórias da Euro contra a Suíça, em novembro do ano passado, em Budapeste, na Hungria
Attila KISBENEDEK

A Federação Palestina de Futebol (PFA) vai pedir sanções contra as equipes israelenses durante o próximo Congresso da Fifa, no dia 17 de maio, devido às "graves violações dos direitos humanos cometidas por Israel", segundo a agenda do evento.

Esse será um dos principais pontos da agenda da 74ª reunião anual da entidade que comanda o futebol mundial, em Bangkok, juntamente com a designação da próxima sede do Mundial Feminino de 2027 e um plano de combate ao racismo.

Formulada em meados de março num primeiro e-mail enviado à Uefa, a proposta palestina provocará o primeiro debate numa grande organização esportiva sobre as consequências da guerra na Faixa de Gaza, iniciada por Israel no outono passado, após o violento ataque de 7 de outubro perpetrado pelo Hamas.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) se manteve fora do conflito, se baseando na coexistência desde 1995 dos Comitês Olímpicos Nacionais (CON) israelense e palestino, com uma "solução de dois Estados" herdada do processo de paz de Oslo e igualmente adotada pela Fifa.

Mas num texto de sete páginas, a PFA denuncia uma série de violações dos estatutos da Fifa por parte da Federação Israelense de Futebol (IFA), que vão desde as consequências diretas dos atentados - "pelo menos 92 jogadores de futebol mortos" em meados de março e todas as infraestruturas desportivas de Gaza destruídas – à falta de luta contra a "discriminação e racismo" anti-palestiniano no futebol.

"Só no futebol israelense pode haver um clube que rejeite jogadores árabes e a violência extrema pode ser considerada uma simples infração disciplinar", argumenta esse e-mail, que também menciona o racismo alegado pelos torcedores do Beitar Jerusalem FC, além de publicações de dirigentes israelenses nas redes sociais apoiando "o genocídio em Gaza".

Apoiada pelas federações argelina, iraquiana, jordaniana, síria e iemenita, mas não pelas influentes federações do Catar ou da Arábia Saudita, a PFA apela, portanto, a "sanções apropriadas contra as equipes israelenses" e contra a IFA.

    AFP

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