Marcelo Teixeira, presidente do Santos
Santos/Divulgação
Marcelo Teixeira, presidente do Santos

Por unanimidade, o Conselho Deliberativo do Santos Futebol Clube aprovou, em sessão realizada nesta segunda-feira (7), o balanço financeiro do exercício de 2024 da gestão do presidente Marcelo Teixeira.

A decisão seguiu recomendação do Conselho Fiscal, que não identificou impedimentos à aprovação e destacou avanços na condução administrativa do clube.

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Segundo o parecer, a análise foi baseada em auditoria da empresa Macso Legate Auditores Independentes, que também não fez ressalvas. O Conselho Fiscal avaliou que a gestão está em processo de reconstrução, mesmo diante de adversidades enfrentadas ao longo do ano.

Resultados financeiros

O exercício de 2024 apresentou um superávit operacional contábil de R$ 58 milhões, com receita de R$ 459 milhões contra R$ 401 milhões em custos e despesas. No entanto, ao considerar provisões judiciais, encargos financeiros, amortizações e depreciações, o clube encerrou o ano com um déficit contábil final de R$ 105 milhões.

O principal impacto veio da contabilização de R$ 43 milhões em provisões para ações judiciais. Parte desse valor foi compensada por acordos viabilizados pelo Plano Coletivo da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD).

Outro fator relevante foi a atualização pela Taxa Selic de parcelamentos de programas como Profut, Perse e Parcelamento Simplificado. Encargos de empréstimos antigos e novos também contribuíram para o resultado negativo. Além disso, foram registrados R$ 73 milhões relacionados a multas e atualizações do Regime Centralizado de Execuções, referentes a gestões anteriores.

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O balanço inclui ainda amortizações de R$ 44 milhões ligadas aos contratos de atletas e depreciações de bens imobilizados no valor de R$ 2,5 milhões.

Impacto do rebaixamento

O orçamento aprovado em outubro de 2023 previa a participação do Santos na Série A do Campeonato Brasileiro, cenário que não se concretizou. O rebaixamento comprometeu a arrecadação e exigiu readequações emergenciais por parte da nova gestão.

Apesar disso, o clube arrecadou mais do que o previsto: R$ 459 milhões contra R$ 394 milhões estimados inicialmente. Contribuíram para esse desempenho o aumento no número de sócios, de 32.122 para 45.799, e a chegada de novos patrocinadores e reforços ao elenco.

A folha de pagamento – entre futebol e setor administrativo – teve redução de 6,76%. A economia de cerca de R$ 20 milhões foi obtida, sobretudo, com o empréstimo de 23 jogadores e consequente diminuição nos pagamentos de direitos de imagem.

O Conselho Fiscal também destacou a diminuição dos encargos com a folha, que recuaram 2,78% em relação ao exercício anterior.

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Situação financeira e endividamento

No início de 2024, a gestão encontrou um déficit financeiro de R$ 62 milhões. Com a antecipação de receitas, empréstimos em melhores condições e negociações com patrocinadores e o Grupo Libra, o clube conseguiu quitar pendências importantes, como as punições por “Transfers ban”, salários atrasados de 2023 e acordos trabalhistas e cíveis.

Mesmo em cenário adverso, o Santos manteve suas certidões negativas de débitos com tributos federais e FGTS em dia. O endividamento do exercício foi de 30,99%, dentro do limite estatutário, apesar de fatores como contratação de novos empréstimos e ausência de revisão orçamentária.

A prática de contratação via Pessoa Jurídica (PJ), usada pela atual administração, foi citada pelo Conselho Fiscal como uma alternativa viável diante da grave crise financeira, reduzindo custos em comparação com contratações via CLT.

Após a aprovação, o presidente Marcelo Teixeira celebrou o respaldo recebido. “A aprovação das contas por unanimidade representa um grande apoio à nossa gestão. Isso nos motiva a seguir trabalhando pela reconstrução do clube” declarou Teixeira em nota divulgada pelo clube.

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