A vida de Giuliano com certeza passou em um ‘flash’ quando o meia marcou o gol que sacramentou a classificação do Corinthians à final da Copa do Brasil, na noite de ontem (15)
. Hoje, aos 32 anos, o camisa 11 do Timão, que um dia foi menino e vestia o mesmo uniforme como torcedor, pode escrever um capitulo importante na trajetória do clube paulista na busca pelo tetra da competição.
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E a paixão pelo Time do Povo explica a emoção do atleta ao fim da partida. Muito mais do que uma bola na rede de tamanha importância, para o meio-campista foi o privilégio de escrever com tinta permanente a história no seu clube do coração no momento da vida pessoal que mais precisava.
Recentemente, Giuliano viveu dias difíceis, com problemas de saúde na vida dele e da família, o que vinha influenciando até mesmo dentro de campo, onde o próprio jogador reconheceu que não estava rendendo. Contudo, marcar o segundo gol corintiano na vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, na Neo Química Arena, pode ter sido uma virada de chave para o atleta, tal qual o próprio tento foi para o Timão no jogo.
Quando a finalização do meia passou a linha fatal do gol de Fábio, era a definição de uma partida vencida pelo Corinthians, mas que o clube alvinegro vinha tendo muitas dificuldades e sendo bastante pressionado na etapa final. Alívio não só para a Fiel Torcida, mas também ao camisa 11.
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- Foi um momento emocionante para mim. No momento que eu fiz o gol, a minha família veio à minha cabeça. Tive um problema de saúde que me limitou, precisei ficar fora durante dois dias. Mas não foi um problema de saúde só meu, a minha família ficou doente, a minha casa ficou doente, os meus filhos ficaram doentes, até o meu cachorrinho ficou doente. Foi um período muito difícil pessoalmente. Ali foi um alívio. Fazer um gol importante, classificar o time para final. Sentimento que o esforço valeu a pena e que hoje foi merecido a gente ter classificado - disse Giuliano, após a partida, durante a zona mista.
Experimentado, campeão por outros clubes do Brasil, inclusive sendo protagonista de um título continental pelo Internacional, em 2010, com passagem pelo futebol europeu em mais de uma ocasião e algumas partidas na Seleção Brasileira no currículo, Giuliano tem nesta edição da Copa do Brasil um apego pessoal. O meia participou de sete dos oitos jogos da equipe na temporada e marcou quatro gols. Artilheiro corintiano no torneio, o camisa 11 participou de 31% dos tentos anotados pelo Timão na competição nacional.
- A preparação é igual a cada jogo, não existe distinção por competição. Mas existe você ser mais propenso para uma competição do que para outra. Isso aconteceu comigo em uma Libertadores que eu conquistei pelo Internacional, em 2010, que eu fazia gol em praticamente todos os jogos decisivos: semifinal, nas duas finais, classifiquei o time quando todos pensavam que estávamos fora. E na Copa do Brasil isso tá acontecendo. Eu acredito que Deus tá honrando no momento mais difícil, que menos espero, e eu estou podendo ajudar, colaborar. Se Deus quiser, que seja a Copa do Brasil, mas não há distinção de competição na nossa cabeça, pois a gente se prepara para cada jogo como se fosse o único - comentou o meia do Timão.
INTENSIDADE PARA ENTRAR EM CAMPO
Giuliano se destaca no meio do futebol para o conhecimento do esporte, além das quatro linhas. O meia costuma trazer boas análises, com leituras singulares do jogo. E esse entendimento se faz prática em detalhes as vezes até imperceptíveis na partida, como o aquecimento para entrar em campo.
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O meia começou o duelo contra o Fluminense no banco de reservas, entrando no lugar de Renato Augusto, faltando pouco mais de 10 minutos para o fim da partida. Além de substituir o principal nome do jogo, que tinha marcado o, até então, único gol da partida, que colocava a o Corinthians na decisão da Copa do Brasil, o Timão era pressionado e o ritmo estava intenso dentro das quatro linhas.
- Eu aqueci muito forte, dando pique de um lado para o outro no aquecimento, porque o jogo estava em um volume e velocidade muito alta. E para entrar num jogo como esse você precisa estar no mesmo ritmo. Depois, você dá dois, três piques, falta ar, você tem que se acostumar. Jogo tenso, não pode errar. O Fluminense tinha muito a bola, a gente estava marcando, jogando em transição, a gente não estava com tanta bola, controle do jogo, naquele momento. Preparação mental, física e entregar tudo em campo. Esse é o segredo. Foi o que eu fiz quando entrei e fui premiado com o gol.
SOMBRA DE RENATO
Mesmo com o gol marcado e a confiança pela retomada da boa fase após ir às redes contra o Flu, Giuliano tem, nada mais, nada menos, que a sombra de Renato Augusto na busca pela titularidade no Timão. O camisa 11 reconhece a qualidade do companheiro de setor e destaca o quanto isso agrega ao grupo.
- É sempre bom você ter jogadores em alto nível, independentemente de jogar com os dois de início ou um joga e ficar no banco, porque é bom ter uma peça de reposição. É importante ter o jogador com criatividade para criar no setor. Eu e o Renato temos características parecidas. O Du e o Fausto têm outras características, não são de criação, o Du é mais criador, e o Fausto mais primeiro volante, e o Renato que faz essa função, e quando eu entro no lugar dele é justamente para fazer é função. É dar continuidade no trabalho que ele tá fazendo. Renato também está em um grande momento, um gênio, e é sempre difícil substituir um jogador dessa altura, mas eu faço o meu melhor e me dedico para entrar em campo e tentar ajudar.
FINAL CONTRA O FLAMENGO
Na decisão da Copa do Brasil, o Corinthians terá a oportunidade de ‘se vingar’ do Flamengo, clube que o eliminou da Libertadores, há pouco mais de um mês.
Para Giuliano, a lição a ser tirada do confronto pelo torneio continental é que, assim como no outro campeonato, a final da Copa do Brasil será definida em duas partidas, e que um jogo condiciona o outro.
- Saber que são dois jogos. Nós jogamos a Libertadores achando que acabava tudo no primeiro, e não acabava. Jogamos dentro de casa, tivemos 2 a 0, e isso condiciona muito o segundo jogo. Primeiro jogo você tem que ter bom resultado, bom desempenho. Ele se define em 180 minutos, mas o primeiro jogo condiciona muito o segundo. A gente tira isso como lição - afirmou o meia corintiano.
Para o camisa 11 corintiano, o ideal é que o clube alvinegro faça a segunda partida em casa, para aproveitar o combustível da Fiel Torcida. O sorteio que definirá a ordem dos mandos de campo acontecerá nesta terça-feira (20), na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
- Torço para decidir em casa, porque a gente é forte aqui, temos apoio do nosso torcedor, mas temos que estar preparados, porque serão dois grandes jogos - expôs Giuliano.
As finais da Copa do Brasil já tem datas marcadas: dias 12 e 19 de outubro.