Filipe Toledo conquistou seu primeiro Mundial de Surfe de 2022
O Dia
Filipe Toledo conquistou seu primeiro Mundial de Surfe de 2022

Um dia após ter conquistado seu primeiro título mundial,  Filipe Toledo estava mais leve. Sorridente e relaxado, conversou por chamada de vídeo com o GLOBO tendo, ao lado, uma companhia e tanto: a taça de campeão da World Surf League. 

Em sua casa em San Clemente, na Califórnia, muito próximo da praia de Trestles, onde foi realizada a final, ele ainda tentava encontrar palavras para explicar a emoção da conquista.

“Foi tudo muito rápido. Eu estava em casa, fui para a praia, competi uma bateria, competi outra e ganhei. É difícil digerir em tão pouco tempo.”

Em entrevista ao GLOBO antes do WSL Finals, o paulista de Ubatuba havia revelado que o lado psicológico era o principal. Antes da decisão, a rotina caseira o ajudou a controlar a ansiedade.

“Eu estava muito confiante. Treinei muito para esse momento. A ansiedade sempre aparece, mas tem que saber controlar. Quando aumentava, eu respirava, brincava com meus filhos, dispersava.”

Estar em casa ajudou muito. Dei banho nos filhos, dei comida, botei na cama. No fim do dia, estava cansado e dormi fácil (risos).

Após a vitória sobre o potiguar Italo Ferreira, na terceira decisão mundial seguida entre brasileiros (em 2019, Italo derrotou Gabriel Medina, e no ano passado Medina foi campeão sobre Filipe), uma cena chamou atenção de quem acompanhava o campeonato: um abraço longo, apertado e emocionado entre os dois finalistas. Filipe revelou o teor da conversa e aproveitou para elogiar o vice-campeão, que foi medalhista de ouro nos Jogos de Tóquio-2020 e venceu o circuito da WSL em 2019.

“Ele me deu parabéns, me agradeceu pela inspiração, disse que era muito legal ver minha determinação e força de vontade em todos esses anos. Falei que no ano que vem tem mais. O Italo é um exemplo de dedicação, história de vida.”

O título de Filipe foi o quarto seguido de um brasileiro no circuito. A chamada "tempestade brasileira" parece ter forças para seguir dominando o surfe mundial ainda por um bom tempo. Filipinho tem 27 anos, Medina e Italo, 28. E há uma nova geração com Samuel Pupo e João Chianca, de 21 anos, já acumulando bons resultados e performances na elite.

“Vejo o Gabriel no auge, eu me sinto muito bem, o Italo também, muito preparado. O Miguel (Pupo) fez uma campanha incrível. Eu vejo algus australianos se unindo mais entre eles, tentando buscar isso. Mas vamos tentar deixar a taça com a gente mais um tempo. Estamos bem representados e vamos incomodar.”

E se alguém acha que pode haver uma acomodação natural após a conquista, Filipe Toledo manda logo um recado:

“Demorei nove anos para conquistar esse troféu. Quero mais. Ano que vem tem mais.”


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