A arbitragem brasileira vive um de seus piores momentos na história. Questionada a cada rodada e com erros sucessivos, os árbitros clamam pela profissionalização . E, ao que indica reunião realizada no Recife pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), isso deve ocorrer longe dos corredores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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ANAF criou a Federação Nacional dos Árbitros de Futebol (FENAF), com intuito de aumentar o diálogo entre a associação e órgãos ligados ao Ministério do Trabalho. Os árbitros, acima de tudo, desejam receber a profissionalização, direitos de imagem, e mais alguns pontos importantes.
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Além disso, o documento, obtido com exclusividade pelo LANCE!,
fez muitas críticas à maneira que a CBF lida com a arbitragem. A confiança em Wilson Luís Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem, está cada vez mais escassa, enquanto as cobranças de um posicionamento de Ednaldo Rodrigues, mandatário da entidade, só crescem.
CONFIRA A CARTA NA ÍNTEGRA:
"A arbitragem brasileira vive o caos. Chegamos ao pior momento de sua história e não há outro caminho a não ser livrá-la da CBF com medidas eficazes que busquem profissionalizá-la.
O campeonato brasileiro está sob suspeição porque os membros da comissão nacional trabalham dentro da cabine do VAR, influenciando a decisão da arbitragem. Não confio em Wilson Seneme. Os árbitros não confiam na comissão nacional e chegou a hora de darmos um BASTA!
Buscando essa independência, realizamos neste final de semana, em Recife, uma Assembleia Geral com todas as entidades representativas da arbitragem nacional e decidimos algumas pautas que terão um amplo impacto para a categoria, são elas:
Foi iniciada a criação da Federação Nacional dos Árbitros de Futebol (FENAF) que terá poderes para ampliar o diálogo e as ações com órgãos vitais, entre eles, o Ministério Público do Trabalho. Neste ensejo, contratamos a advogada Gislaine Nunes (com ampla experiência esportiva/sindical), para que, através dessa nova entidade que se inicia, entre com ações imediatas para que os árbitros passem a receber: DIREITO DE ARENA e, também, o DIREITO DE IMAGEM (assim como os jogadores recebem). Trata-se de uma pauta antiga da categoria. Além disso, iremos à justiça pedir que a CBF repasse, INTEGRALMENTE, as cotas de patrocínio oriundas das marcas estampadas em seus uniformes para os árbitros que ao longo da história recebem migalhas da CBF e trabalham feito escravos.
O campeonato brasileiro corre sérios riscos de ser definido nos tribunais. Os árbitros estão pedindo dispensa por esgotamento físico e mental. A comissão nacional realiza, sem nenhum planejamento, encontros de uma semana que só servem para gastar dinheiro da CBF. Tenho informação de que Wilson Seneme trata da pior forma os árbitros nas reuniões remotas que realiza e que estaria telefonando para eles nos intervalos dos jogos. Com qual objetivo? E nós iremos continuar buscando meios para que a categoria seja RESPEITADA, VALORIZADA e que Ednaldo Rodrigues tenha a postura que o cargo exige e entenda de uma vez por todas que sem árbitro, não existe futebol.
Salmo Valentim
Presidente da ANAF"