Campeões Olímpicos destacam a importância da Vela de Oceano na 49ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela
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Campeões Olímpicos destacam a importância da Vela de Oceano na 49ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela


Depois de dois anos de pandemia a 49ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela, que se encerra neste sábado, 30, veio com tudo com 115 barcos do Brasil e da Argentina com cerca de mil velejadores sendo seis medalhistas olímpicos, quatro deles bicampeões.

O evento, realizado pelo Yacht Club de Ilhabela e pela Prefeitura Municipal de Ilhabela, foi uma prova da importância da Vela de Oceano ao país. Entre os participantes os grandes nomes vem convivendo e disputando a raia com tripulações de todos os tipos, desde amadoras até profissionais, e velejadores de praticamente todas as faixas etárias. Torben Grael, com cinco medalhas olímpicas e bicampeão na Star em 1996 Atlanta e 2004 em Atenas, destacou a formação dos mais jovens: "A vela de oceano dá oportunidade para a garotada mais jovem de velejar junto com iatistas mais experientes e, com isso, ganhando conhecimento e experiência , o que é mais difícil de acontecer com os barcos monotipos, menores. É importante na formação do velejador primeiro que dá a noção de marinharia que é importante para todo velejador e na parte tática são experiências que às vezes a garotada mais jovem, principalmente com essa regra de permitir um tripulante mirim na embarcação, que eu acho excelente, é um incentivo a mais para eles seguirem velejando e se interessando pelo esporte", destacou o comandante do veleiro Clássico Lady Lou, de 1969, que vem na briga pelo título na classe e na BRA-RGS.

Marcelo Ferreira, de volta às competições após mais de uma década, reedita a parceria bicampeã olímpica com Torben no mesmo veleiro na SIVI e ressalta a inclusão: "O importante é ver que a gente consegue formar tripulantes porque nem todo mundo é timoneiro e nem proprietário de um barco. Então a vela de oceano como inclusão dos atletas que não tem barco como foi meu caso. Quando comecei nunca tive um barco e comecei como tripulante, você tem essas escolas que formam muitos velejadores que não tem opção de velejar. Acho que é fundamental você ter esses eventos de Oceano não só barco de regata, de competição, como também os barcos de cruzeiro que também vêm velejando hoje formado tripulação e velejadores. Ilhabela é talvez o único grande evento que tem na vela de Oceano e acho fundamental", apontou Marcelo que deixou um recado: "Velejem sem vergonha, venham aprender. Perguntem, se informem porque cada velejada é diferente, um aprendizado. Procure velejar com o maior número de comandantes diferente porque é importante".

“A vela oceânica é uma das raízes bem importante da vela porque envolve um trabalho de time. E o bonito é ver no final do campeonato a evolução das equipes, a união entre os velejadores. Além disso, permite a participação de atletas amadores e em potencial, que estão querendo entrar na vela, ajudando em tarefas mais simples, mas se envolvendo e pegando o jeito de como velejar, participando de diferentes funções no barco. Enfim, é um mundo que dá pra aprender a vida inteira, diferentes barcos, diferentes maneiras de velejar”, apontou Martine Grael.

Lars Grael, duas vezes Bronze em 1988 em Seul e 1996, ambos na classe Tornado, acrescentou a questão econômica que a Vela de Oceano envolve e o encontro e disputa dos amadores com os consagrados nomes do esporte: "A Vela de Oceano por ser uma categoria que permite barco de portes, projetos e tamanhos diferentes é a categoria que mais atrai velejadores, praticantes da Vela do Brasil, seja nas águas dos interiores ou todo nosso litoral . São barcos de grande porte, tripulação por vezes numerosas. É onde nesses barcos velejadores entram com pouca experiência e se consagram, no futuro podem adquirir seus próprios barcos. E também onde velejam nomes consagrados, velejadores olímpicos, medalhistas, campeões mundiais, pan-americanos , fazendo essa mistura saudável com aqueles que estão começando. Que tem a chance de competir contra um ídolo. O Oceano move uma economia gerando emprego, trabalho e renda de forma muito significativa".

Comodoro da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano, Mario Martinez ressaltou a importância da Semana Internacional de Vela de Ilhabela e a presença dos mais fortes nomes na raia do Canal de São Sebastião: "Foi muito bom rever os amigos, os grandes velejadores brasileiros, campeões olímpicos todos prestigiando o evento maravilhoso com muitos shows, confraternização após anos de pandemia. Ilhabela está como sempre foi, retomou seu auge".

"A classe Oceano é a principal do Brasil em número de velejadores , com presença em todo litoral brasileiro. A CBVela quer se envolver cada vez mais com a Vela de Oceano, ela tem tudo que se deseja na vela, os amadores, a alegria, a diversão e a competição de alto nível e alto rendimento, tudo em um evento só. Então a CBVela junto com o Yacht Club de Ilhabela, a Prefeitura Municipal de Ilhabela a Federação de São Paulo, ela está sempre envolvida cada vez mais com esse evento", disse Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela, que marca presença no evento.

Além dos nomes acima citados, a competição tem fortes nomes da vela como Clínio de Freitas, Bronze com Lars em Seul,o pentacampeão mundial e bicampeão pan-americano, Maurício Santa Cruz, os olímpicos Samuel Albrecht, André Fonseca, o Bochecha, Gabriela Nicolino, Henrique Haddad, o Gigante, Jorge Zarif, Eduardo Souza Ramos, Manfred Kauffmann, o argentino Martin Billoch, além do jovem Alex Kuhl, de 16 anos, campeão mundial de Optimist, no ano passado, um feito histórico para o país.

A competição tem as últimas regatas neste sábado a partir das 11h com a definição dos campeões.

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