Fé e perseverança. Foi assim que Roni conseguiu superar uma das semanas mais caóticas e tensas em sua carreira profissional para retomar a confiança e ser peça importante na sequência mais dura e crucial do
Corinthians
no primeiro semestre de 2022.
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No empate por 1 a 1 com o Athletico-PR, pela 12ª rodada do
Brasileirão
, o meia ficou marcado por ter sido expulso quatro minutos após entrar em campo, prejudicando a equipe em uma partida que estava praticamente nas mãos do Timão.
Contra o Furacão, ele se envolveu em uma confusão com Hugo Moura, onde os atletas trocaram cabeçadas. Ainda no gramado, o corintiano foi repreendido pelo técnico Vítor Pereira após receber o cartão vermelho.
Roni foi apontado como vilão e recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais. O camisa 29 já era alvo antigo da torcida, que pegava no pé do atleta pelo destemperamento em campo e a pouca criatividade no meio-campo.
- A cada dia a gente vem ganhando uma casquinha a mais, fica mais cascudo, eu principalmente. Manter a cabeça boa, independente do que falarem. Sei o que eu sou, o que eu trabalho. Isso é o mais importante, mesmo quando a fase não está boa, e quando está boa é reconhecer o trabalho, comemorar as pequenas conquistas e continuar trabalhando mais, porque isso vai fazer a diferença - comentou o camisa 29 na zona mista após a vitória por 1 a 0 contra o Flamengo.
Persistente, a cria do Terrão seguiu confiando no trabalho e na confiança depositada por Vítor Pereira. Quase um mês após a expulsão na Arena da Baixada, Roni deixou para trás os erros e se mostrou crucial nos últimos jogos da equipe.
Assim como havia sido no Paraná, Roni entrou no segundo tempo contra o Santos, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Mas, diferentemente do que havia acontecido na semana passada, dessa vez o atleta ajudou a apartar um princípio de confusão.
No fim do jogo, o atacante Adson passou o pé sobre a bola e deu margem para que os santistas perdessem a cabeça. No meio da confusão, Roni tirou o companheiro de clube, o escoltando até ter certeza que a briga havia acabado.
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- O que a galera chama de sorte, é trabalho. O Mister vem passando muita confiança, inclusive para mim. É um cara que me ensina muito, pega no meu pé nos treinos, e eu venho crescendo bastante com isso - revelou o camisa 29.
A redenção do meia veio nas partidas contra o Boca Juniors, pelas oitavas de final da Libertadores. Com o meio-campo desfalcado por lesões, Vítor Pereira confiou no garoto de 23 anos para ser o primeiro volante, e ele cumpriu sua função com maestria, anulando as chegadas dos argentinos e ajudando a saída de bola.
Na Bombonera, ele entrou no segundo tempo, no lugar de Du Queiroz, que fazia seu primeiro jogo após se recuperar de lesão na coxa esquerda. Nas penalidades, Roni não se encolheu perante Rossi, grande pegador de pênaltis, e converteu a sua cobrança, escrevendo mais um capítulo futebolístico no qual Davi derrotou Golias.
- O mais importante é sair com a vitória e ter coragem para jogar. Foi o que tive contra o Boca. Erra só quem bate. A Bíblia fala de Davi e Golias. Davi não viu Golias como gigante. Eu, como mais novo, fui para cima. Fui bater o pênalti e em vez do gol diminuir, ele aumentou, e eu soltei a perna - confessou.
Para a jornada de redenção ser completa,
o meia, que teve seu contrato estendido com o Corinthians até o final de 2024
, deseja conquistar uma taça pelo Timão.
- Meu objetivo é ganhar um título como profissional, o que eu ainda não tenho, não importa qual seja. Essa para mim será a maior conquista, um título profissional pelo Corinthians, um sonho de moleque - concluiu o camisa 29 na zona mista.
Roni tem 17 jogos disputados na temporada. Ele está no elenco profissional do Corinthians desde 2020.