Depois de aluguel, Vasco tem faixas vetadas, perde receita de bares e vê tentativa de afastá-lo do Maracanã
Rafael Ribeiro
Depois de aluguel, Vasco tem faixas vetadas, perde receita de bares e vê tentativa de afastá-lo do Maracanã


Se o plano da diretoria do Vasco era a de usar o jogo contra o Cruzeiro às 16h (de Brasília) deste domingo (12) como uma forma de 'marcar seu território' no Maracanã, agora o clube vê o consórcio que administra o estádio - formado pelos rivais Flamengo e Fluminense - o forçando a abdicar do maior palco do futebol carioca.


Essa pelo menos é a avaliação de membros da cúpula cruz-maltina ouvidos pelo LANCE! neste sábado (12), após o clube enviar novo ofício ao consórcio questionando o motivo pelo qual não lhe serão repassados os 10% da receita com os bares do estádio, como era de praxe nos contratos de locação do espaço.

A coisa vai além e três faixas com mensagens institucionais que seriam colocadas também foram vetados pela concessionária, segundo o clube 'sem maiores explicações'. Os adereços trariam a frase: 'DESDE 1898 O LEGÍTIMO CLUBE DO POVO RESPEITO IGUALDADE E INCLUSÃO'.

Tudo isso após, durante a semana, o Vasco ter reclamado da falta de isonomia nos valores que pagará de aluguel para jogar no Maracanã.

- É um absurdo retirarem a participação do Vasco na receita dos bares no jogo contra o Cruzeiro. Essa é uma praxe no Maracanã. O conceito é simples, se o clube não manda o jogo no estádio não tem receita. Parecem estar querendo dificultar a presença do Vasco no Maracanã. Não vão conseguir, o estádio é um equipamento público e regra determina tratamento igual para todos os clubes do Rio - disse o vice-presidente Vitor Roma.

Ao contrário de jogos anteriores, quando o aluguel foi de R$ 90 mil, o Vasco pagou R$ 250 mil dessa vez, além da taxa de R$ 130 mil por ressarcimentos de custos, como água e energia.

Segundo o Cruz-Maltino, uma vez que Flamengo e Fluminense, dois dos atuais administradores, seguem pagando R$ 90 mil por jogo, o Vasco entende que deveria haver isonomia. No Carioca, o Vasco desembolsou o mesmo valor que os rivais pelo uso do palco para a semifinal do torneio contra o Flamengo. Na ocasião, o clube pagou uma taxa de ressarcimento de R$ 75 mil.

Em 2019, quando foi assinado o contrato de cessão do estádio a Flamengo e Fluminense, ficou definido que Vasco e Botafogo teriam de pagar aluguel de R$ 90 mil para jogar no estádio.

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Apesar da polêmica, a diretoria pagou as taxas cobradas pelo consórcio. Até pelo fato dos 65 mil ingressos colocados à venda para o jogo terem sido vendidos, garantindo assim o estádio como o palco do jogo.

Mas acionou o Governo do Estado, Flamengo, Fluminense e Maracanã para pedir por meio legais o ressarcimento do valor excedente.

Se não teve resposta por parte dos rivais, na esfera pública o cruz-maltino comemora. Afinal o governador Cláudio Castro (PL) pediu para a Corregedoria-Geral do Estado averiguar as informações pedidas pelo Vasco. O fato foi comemorado como uma vitória nos bastidores pela diretoria vascaína.

O imbróglio entre Vasco e Maracanã não terminará após o duelo ante os mineiros. Isso porque há um consenso nos bastidores de que a meta é fazer o clube da Colina desistir de participar do processo de licitação do estádio.

Integrar o grupo de administradores do Maracanã é um desejo especial da 777 Partners, que em breve deverá oficializar a compra da SAF vascaína e se tornar responsável pelo futebol do clube. A meta é ter uma opção para jogos caso São Januário seja reformado, sem precisar negociar aluguel ou afins com rivais. A ideia inicial do Vasco é mandar de 12 a 15 partidas por ano no Maracanã, principalmente jogos de maior porte, enquanto a maioria dos compromissos seguirá em São Januário.

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Desde abril de 2019 o Maracanã é administrado pela dupla Flamengo e Fluminense em conjunto, apesar de só o time rubro-negro ter assinado de fato a responsabilidade pelo estádio por conta de problemas do Tricolor com a Receita Federal. A concessão temporária é renovada a cada seis meses.

O projeto de edital do Maracanã esboçado pelo governo estadual em outubro do ano passado força a gestão compartilhada entre os clubes. Isso porque é exigido a realização de mínimo 70 partidas, sendo 54 delas de Campeonato Brasileiro (séries A e B) e Copa do Brasil. Por motivos óbvios, um time sozinho não alcançaria essa meta.

A entrada do Vasco enfrenta a resistência de rubro-negros e tricolores. Apesar da gestão Salgado ter entrado em um entendimento com o Flamengo, mas sem ter assinado nada, pelo lado do Fluminense não há sequer diálogo.

Os rivais alegam que não veem grandes vantagens na mudança do status atual. Para eles, o ideal é que o Vasco alugue o Maracanã sempre que tiver interesse em jogar no estádio.

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