Vítor Pereira completa três meses de Corinthians ainda se encontrando no futebol brasileiro
Fábio Lázaro
Vítor Pereira completa três meses de Corinthians ainda se encontrando no futebol brasileiro


Neste sábado (28), o técnico Vítor Pereira completa oficialmente três meses de Corinthians . Anunciado em 23 de fevereiro, o português comandou o seu primeiro treino no CT Joaquim Grava no dia 28 do mesmo mês.

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Noventa dias depois, são 61 treinamentos aplicados - o 62° acontecerá neste sábado - e 21 jogos disputados, uma média de um a cada quatro dias.

E é justamente a rotina intensa entre as partidas um dos maiores incômodos do treinador corintiano desde que chegou ao Brasil.

- Vim para uma maratona de jogos com pouco tempo de trabalho. Sou um treinador de campo, que gosta de trabalhar e promover os comportamentos. Aqui (no Brasil) é mais difícil - disse Vítor em entrevista coletiva concedida na última sexta-feira (27).

Essa dinâmica intensa de partidas atrás de partidas resultou em uma postura que VP tem carregado desde os seus primeiros jogos no comando corintiano, a dos rodízios.

Vítor não costuma repetir escalações de um confronto para o outro, não porque não quer, mas por entender que com os compromissos tão pouco espaçados dificilmente irá extrair o melhor rendimento dos seus jogadores.

Mas se engana quem acha que a escolha dos titulares a cada confronto é trabalhada de maneira específica a cada preparação. Pereira não costuma deixar claro os seus 11 iniciais, revelando até mesmo para o grupo de atletas poucas horas antes dos jogos.

O treinadores corintiano admite que essa postura está relacionada à participação ativa da imprensa esportiva no cotidiano e o receio de que o seu time titular vaze na mídia, comprometendo o trabalho para as partidas.

- A mídia influencia no estado de espírito dos jogadores. Sempre influenciou, mas agora muito mais, porque tudo é midiático. Eu tinha por hábito trabalhar estrategicamente no dia anterior ao jogo, ia ao campo, imaginava o adversário, colocava o adversário em posição, na primeira fase ofensiva, na segunda fase, quais são os movimentos padrões do adversário, como exploram o contra-ataque, aquelas coisas que gosto de lembrar no dia anterior, do ponto de vista estratégico, não posso fazer aqui, porque passado uma hora a equipe que vai jogar no dia seguinte está na mídia - destacou VP.

- É mais uma adaptação, tenho que misturar todos. Não dou a escalação na primeira reunião, porque quando dou, de manhã já está na mídia, o adversário sabe com o que pode contar e terá vantagem. Isso são adaptações que tenho que ir fazendo. O planejamento tem que ser feito à frente - acrescentou.

Vítor Pereira chegou ao Corinthians tendo um clássico contra o São Paulo, pelo Paulistão, na mesma semana. Depois, encarou a Ponte Preta, também pelo Estadual, e teve um novo rival direto, dessa vez o Palmeiras, pela frente.

Fechou a primeira fase do Campeonato Paulista diante do Novorizontino e já embalou uma sequência de mata-mata, contra o Guarani, pelas quartas de final do Paulistão, se classificando nos pênaltis após um empate em casa, e sendo eliminado na semi pelo São Paulo, no Morumbi.

Essa sequência de jogos importantes, contra adversarios fortes, em um curto espaço de tempo alertou Vítor Pereira à importância de controlar os aspectos físicos e táticos.

VP então adotou o esquema de rodízio, o que causou o primeiro desgaste interno do treinador do Timão, por conta da insatisfação do atacante Róger Guedes com a condição de reservas em jogos de torneios maiores, como a Libertadores.

Pelo torneio continental, o Corinthians, com Vítor Pereira, se classificou, mesmo em estruturação no caminhar da fase de grupos e dando tropeços graves, como o empate em 1 a 1 contra os bolivianos do Always Ready, no último jogo da chave.

Na Copa do Brasil, avançou às oitavas de final passando pela Portuguesa-RJ na fase anterior, em dois jogos que se mostravam mais fácil do que foram contra um time de Série D do Brasileirão longe do seu melhor momento.

O grande diferencial do 'Corinthians de VP', tem sido o Campeonato Brasileiro, no qual o clube do Parque São Jorge é líder, com quatro vitórias, dois empates e apenas uma derrota em sete jogos.

No total, entre as 21 partidas que Vítor Pereira dirigiu o Corinthians ele venceu nove, empatou sete e perdeu cinco.

Desses revezes, quatro foram em clássicos, dois para o São Paulo e contra o Palmeiras, e um na altitude de La Paz, contra o Always Ready, pela estreia da Libertadores.

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