O presidente do Corinthians
, Duílio Monteiro Alves, sempre procura ressaltar que o clube é uma vítima na situação envolvendo a falta de pagamento da Taunsa, na parceria que viabilizaria a contratação do meia Paulinho, no fim do ano passado.
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E essa afirmação vai além do prejuízo financeiro, que, a princípio, tem sido contornado pela diretoria corintiana. Mas também afeta no processo de profissionalização de gestão que o clube tem passado desde que Duílio assumiu, em janeiro do ano passado, bem como a mensagem que o Timão quer passar com isso.
Nos últimos anos, o clube alvinegro havia ganho fama de mau pagador, com dívidas a curto prazo que ultrapassam R$ 500 milhões e um prejuízo total que chegou próximo a R$ 1 bilhão – vale destacar que no primeiro ano da atual gestão a dívida foi reduzida em 4%, além da apresentação de superavit em 2022.
Sair da condição de devedor para o de instituição a quem se deve, pelo menos nesse momento, poderia soar como sinal de que as coisas têm mudado de rumo no Timão, mas não é isso que acontece.
Mesmo como cobrando dívida, o clube segue tendo as suas. E agora, além de trabalhar diariamente para saná-las, o Corinthians precisa gastar energia pleiteando um valor que é dele de direito e já poderia estar em caixa para auxiliar o time.
Outra situação que o ‘calote’ sofrido pela Taunsa acarreta ao Corinthians é um problema de confiança para com o torcedor, que tende a desconfiar de todo e qualquer acordo e parceria que a atual gestão fizer daqui para frente. Essa condição é algo que, a princípio, pode não soar como tão importante, mas é frustrante não ver o seu próprio torcedor abraçar com confiança uma ideia promocional para o clube.
Mais um ponto que a situação envolvendo a Taunsa é prejudicial ao Timão é o fato da relação ter sido costurada através de uma ligação do CEO da empresa com pessoas próximas a família Monteiro Alves, sendo com a dupla os primeiros contatos sendo diretamente com o presidente Duílio e o secretário-geral Adriano, irmão do atual mandatário corintiano.
O Corinthians possui parcerias com empresas de consultoria e gestão financeira, mas, mesmo assim, não houve sinal de que o acordo com a empresa de agronegócios poderia ser um tiro no pé para o clube alvinegro.
O fato é que o Corinthians tem corrido atrás do prejuízo, na acepção do termo. A ideia é buscá-lo e transformá-lo em lucro. O Timão tem depositado a sua confiança no corpo jurídico do clube, que buscará mecanismos judiciais para conseguir, pelo menos, os R$ 18 milhões acordados da parceria.
Houve uma tentativa da Taunsa, nos últimos dias, de pagamento parcelado do valor ao clube alvinegro, mas o Alvinegro do Parque São Jorge, que está com a confiança ferida com o clube boliviano, não aceitou.