Participar de um evento ao vivo sem dúvidas exige uma concentração especial. Já imaginou como deve ser narrar um jogo de futebol para milhões de torcedores? Luiz Alano conhece bem essa sensação. Às vésperas da final da Conference League, o narrador do
SBT
conversou de forma exclusiva com o LANCE!.
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Durante um bate-papo descontraído, Luiz Alano comentou sobre a cobertura da emissora para a grande decisão, analisou os finalistas e revelou curiosidades sobre a carreira.
Qual a expectativa para a final da Conference League?
- Vai ser bem divertido. Acredito que Roma x Feynoord será até mais interessante do que foi a final da Europa League. Sobre a transmissão do SBT, será uma grande cobertura, com o cerimonial de abertura da final e um pós-jogo até a taça ser erguida. Quem ganha com tudo isso é o torcedor, que pode ver um jogo de bom nível, uma final europeia, de graça, na TV aberta.
O que você pode falar sobre os finalistas e a transmissão do SBT?
- Tem um grande personagem nessa final que é o José Mourinho. Já foi campeão duas vezes da Champions, ganhou a Europa League e agora pode levar a Roma ao primeiro título europeu. O Feynoord, por sua vez, já foi campeão da Champions e é um legítimo representante do futebol holandês: time ofensivo que joga com pontas.
Narrar jogos da Libertadores exige uma concentração especial? Qual é a sensação de narrar a competição?
- Costumo dizer que as noites de Copa são mágicas. E são mesmo. O torcedor brasileiro tem obsessão pela Libertadores. Narrar jogos do torneio é especial. Quase sempre um time brasileiro contra um estrangeiro, momento que podemos chamar mais o torcedor para o nosso lado. Diferente de uma transmissão de um duelo nacional. A sensação é única.
Como você começou sua carreira como narrador?
- Como narrador, comecei aos 21 anos, em 1998, em Tubarão (SC), minha cidade, no rádio, com o futebol amador. Poucos meses depois, já estava fazendo jogos do profissional. Depois, passei por emissoras de Caxias do Sul, com Juventude e Caxias, Florianópolis, na CBN, com Avaí e Figueirense, e Porto Alegre, na Rádio Gaúcha, com a dupla Grenal. Na TV, comecei a narrar dentro do grupo RBS, em 2005, em Florianópolis, emplacando transmissões no Sportv e Premiere. Mas foi em Porto Alegre, narrando a dupla Grenal, que fui contratado em 2015 pelo Grupo Globo e saí do rádio.
Como foi esse processo?
- O processo foi longo, árduo, com muito aprendizado e percalços da profissão. Mas sempre acreditei no meu trabalho e agarrei todas as oportunidades que apareceram. Seja ela no futebol amador ou em um jogo de Champions, O frio na barriga e a responsabilidade, para mim, sempre foi igual.
Você trabalhou durante anos em programas de rádio. O quanto esse período te fez evoluir profissionalmente?
- O rádio foi minha grande escola. Fiz de tudo. Montar equipamento, reportagem, narração e até chefe de equipe. Eu aprendi tudo no rádio. Minha primeira Copa do Mundo, Libertadores, viagem de avião, Olimpíada... Foi tudo no rádio. O improviso e os tantos problemas de transmissões me prepararam para as mais variadas situações que um evento ao vivo pode oferecer.
Você narrou e apresentou diversos jogos e programas ao vivo. Lembra de alguma situação que o marcou? Teve algum momento em que ficou nervoso?
- Em 2018, passei mal transmitindo Grêmio x Sport. Tive uma queda de pressão, fiquei indisposto ainda no primeiro tempo e avisei a produção que estava mal. Permaneci no ar até encontrarem um substituto. Acabei errando na narração de um gol do Grêmio porque já estava quase desmaiando. O jogo foi uma loucura, o Sport ganhou de 4 a 3 na Arena. Fui substituído por um narrador standby somente no segundo tempo e fui levado para ambulância do estádio. Foi um grande susto. A única vez que não consegui terminar uma transmissão.
Roma x Feyenoord se enfrentam nesta quarta-feira (25/05), às 16h, no Air Albania Stadium. Com narração de Luiz Alano, o SBT transmite a decisão para todo Brasil e prepara uma grande cobertura do evento.
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*Estagiário, sob supervisão de Ricardo Guimarães