Os desafios de um fotógrafo que registra esportes extremos
Leonardo Fabri
Os desafios de um fotógrafo que registra esportes extremos


Não são apenas os atletas de esportes extremos que se sacrificam em busca do objetivo, seja ele completar um longo trajeto de caminhada, corrida, escalada, trilhas inóspitas mato a dentro ou até mesmo escalar montanhas: cinegrafistas e fotógrafos, muitas vezes, também precisam de um preparo físico "à la iron man" para conseguir os registros desejados durante desafios do tipo.

Claro que em alguns casos ele se vale do apoio de carros, motos e até jet ski - no caso de eventos na água. Porém, muitas das vezes, é na cara e na coragem; e com um adendo: com quilos e mais quilos de equipamentos pendurados no corpo. Referência no ramo, Abdallah Seoud, que apesar do nome é brasileiríssimo, fluminense de Nova Iguaçu, já passou poucas e boas para conseguir seus aclamados registros.

"Minhas piores experiências foram na Califórnia, desde molhar equipamentos, insolação, até quase morrer. No Mount Whitney, foram 20 horas de trilha, 36 km, com uma mochila de mais de 25 kg nas costas. Passei por exaustão física, mental, chuvas, raios caindo a poucos metros da gente, encontro com alce, urso, rios enchendo e bloqueando a passagem e tudo que um filme de terror pede", lembrou o brasileiro.

"Também passei perrengue no deserto de Joshua Tree. foram dois dias de produção e um videoclipe no meio do verão do deserto. Pegamos sensações térmicas perto dos 50 graus, enquanto filmamos o dia inteiro debaixo do sol. Os equipamentos não aguentaram, a maior parte da equipe sofreu com insolação e desidratação, além de queimaduras leves", adicionou.

Perito em em registrar experiências, Abdallah Seoud já registrou imagens através de helicópteros, quando trabalhou para a Vertical.Rio; produziu material para o Canal Off, como entrevistas com surfistas profissionais, cobertura de campeonatos de longboard; e também faz vídeos para suas mídias sociais; além de ministrar cursos e mentorias sobre fotografia e vídeo para interessados em entrar no ramo.

Com 10 anos de experiência, ele também construiu uma carreira de sucesso nos EUA, onde mora desde 2018, mais precisamente em San Diego, na Califórnia. Lá, ele passou por produtoras na Califórnia; colaborou com a Cruise America, Go Cali, Petco, que, inclusive, foram veiculadas na TV americana e em jogos de baseball; e, recentemente, para o documentário sobre o brasileiro Pedro Pimenta, para a Netflix.

"Algumas filmagens duram dias e são muito intensas. Tenho que estar preparado. Além do cansaço, sempre carrego peso extra por conta dos equipamentos, o que deixa tudo mais difícil. Desde pequeno pratico vários tipos de esportes, sou muito atento com minha alimentação e meu sono. Faço musculação e também alguns exercícios para fortalecimento de lombar, já que é a área que mais é afetada quando estou filmando".

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