Em noite ruim para o Fluminense, Diniz repete erros e se aproxima de desempenho do passado
Ana Daróz
Em noite ruim para o Fluminense, Diniz repete erros e se aproxima de desempenho do passado


O Fluminense viu as chances de permanecer na Sul-Americana diminuírem. No empate sem gols contra o Santa Fe-ARG, a equipe não se portou bem e o resultado veio com gosto de derrota. A partida foi marcada pela pouca criação e erros técnicos, mas também por escolhas equivocadas de Diniz.

Na Argentina, o treinador demorou a reconhecer as falhas do esquema tático e ainda desorganizou o time nas substituições. Assim, o "dinizismo" pareceu estar mais próximo de sua primeira passagem pelo clube do que de um futuro inovador.

Diniz chegou pela primeira vez no Fluminense em 2019. Naquela temporada, o elenco empolgou a torcida com atuações técnicas e jogadas ensaiadas, que davam a sensação de um time se reorganizando. Naturalmente, a nova forma de jogar resultou em mais chances criadas pelo Tricolor, que raramente as aproveitava para balançar a rede. Em contrapartida, o time ficava muito exposto sendo ofensivo durante os 90 minutos e sofria gols que poderiam ser evitados caso a transição defensiva estivesse em dia.

+ ATUAÇÕES: Fernando Diniz leva a pior nota em empate do Fluminense; Pineida tem noite abaixo da média

Após oito meses de Diniz no Flu, as derrotas pesaram mais que o futebol bonito e o técnico foi demitido. Desde então, ele passou por São Paulo, onde obteve bons resultados, Vasco e Santos, clubes em que não foi tão bem. Apesar de manter as bases em seu trabalho, Diniz demonstrou evolução no aspecto defensivo e voltou para Laranjeiras depois da saída de Abel Braga. Em sua apresentação, o treinador afirmou que não era mais o mesmo da primeira experiência com o Fluminense.

Os jogos iniciais foram, de fato, uma sinalização da nova filosofia de Diniz. Equilibrado entre as fases do jogo, o Fluminense se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil, venceu o Junior Barranquilla (COL) e pela primeira vez não perdeu para o Palmeiras no Allianz Parque. Já nos primeiros dias, o técnico reabilitou jogadores como Nathan e Wellington. Porém, no empate contra o Santa Fe, os erros táticos lembraram muito a versão de 2019.

Veja a classificação da Série A do Brasileirão

A saída de bola com toques curtos e explorando o corredor central foi adotada para o jogo. De pé em pé, a ideia seria envolver o adversário para quebrar as linhas e chegar ao gol. Mas não foi o que aconteceu: o Santa Fe possuía defensores experientes em campo, que não só interceptavam o Flu, como também puxavam contra-ataques rápidos. Improvisado na lateral, Yago Felipe deixou o caminho livre para os avanços dos argentinos. Na pressão dos mandantes, a defesa foi vazada inúmeras vezes, em especial pela esquerda, e a recomposição se mostrou tão lenta quanto os lances ofensivos.

Ao tirar Nathan e Ganso ao mesmo tempo, na segunda etapa, Diniz bagunçou o que já era uma atuação ruim. Sem um meia para facilitar a transição ofensiva, os atacantes se viram desconectados do meio-campo. Porém, mesmo antes da substituição, os passes à queima roupa não trouxeram resultado. Assim, o Fluminense fez o jogo com menos finalizações da temporada até agora, com apenas três tentativas. Nenhuma delas foi no alvo, assim como não houve nenhuma chance de gol. Os dados são do site "SofaScore Brazil".

Ainda que pese o pouco tempo de treino e o desgaste físico da equipe, Diniz não foi bem em Santa Fe. Assim, o Fluminense precisará abandonar de vez o "dinizismo" de 2019 para dar conta da classificação para as oitavas de final da Sul-Americana. Além de vencer, o time terá que fazer seis gols e torcer pelo empate dos dois melhores colocados. Ainda que o empate contra o Santa Fe não tenha eliminado o clube, as escolhas do técnico representam um alerta para o próximo jogo e o restante da temporada do Tricolor.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!