O
Fluminense
é um dos clubes que ainda não assinou o documento para a criação de uma nova liga nacional organizada pelos próprios clubes, a chamada “Libra”. A principal divergência está na divisão das cotas de televisão. Atualmente, o bloco que apoia o modelo sugerido é formado pelos cinco paulistas que disputam a elite do Campeonato Brasileiro, Flamengo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Ponte Preta. Ao "SporTV", o presidente Mário Bittencourt explicou o lado do Flu.
- O grupo (Libra) fez um modelo e constituição de uma liga por uma empresa contratada por eles. Essa mesma empresa, a Codajas, trouxe possibilidade de trazer um investidor ao Brasil. Todos, inclusive o Fluminense, assinaram a carta para trazer o investidor. Não se falava em divisão de cotas, nada, só em trazer um investidor estrangeiro. A carta de exclusividade expirou no fim do ano, o investidor não chegou. Depois, os clubes falaram sobre a possibilidade de seguir. Nada contra a empresa. Agora, em 2022, as discussões aceleraram sobre a questão da montagem da liga - disse.
- Esse grupo entendeu ter a assessoria da empresa para montar um projeto de liga. O anexo coloca esse grupo maior em quantidade de clubes (do qual o Fluminense faz parte) que discorda. É uma discussão técnica. Um grupo quer que seja mais justo de divisão, que critérios devem ser diferentes. Gostaríamos de discutir esses critérios antes de criar liga. Eles entenderam diferente, assinaram um documento. Mas não existe liga assim, com nove. Tem que ter os 40. Esse grupo de cá está trabalhando tecnicamente para montar uma proposta que considera mais justa - completou.
Veja a tabela da Série A do Brasileirão
Estão envolvidos na discussão os 40 clubes (de Série A e B). Haverá uma reunião na próxima segunda-feira no Rio de Janeiro entre os presidentes das equipes que integram o
grupo Forte Futebol
. O Flu é um dos líderes desse grupo, além de Athletico-PR e Fortaleza.
- O que a gente tem visto é o seguinte: com a proposta deles, o rico continua mais rico. Eles fazem uma proposta que já existe hoje (40% (igualitário), 30% (performance), 30% (engajamento)). Não falam no aporte do investidor na Liga. Isso terá de ser discutido depois se vier o investidor. Ainda não há o investidor. Lá na frente, não sabemos quanto o investidor trará. O que está em discussão agora, é que apresentaram um modelo de divisões de receita de TV futuro que já existe hoje e já criou um abismo financeiro gigante entre os clubes.
Em seu estatuto, a Liga definiu a divisão de 40% da receita igualmente entre todos os participantes da competição, 30% de variável por performance e 30% por engajamento. Esse último item é definido por critérios como média de público no estádio, base de assinantes de pay-per-view, número de seguidores e engajamento em redes sociais, audiência na televisão aberta e tamanho da torcida.
- O que eles colocam como engajamento, nós discutimos algumas coisas. O critério de divisão igualitária, acreditamos que seja 50% o mais justo. Hoje já é 40%-30%-30%. No anexo deles, o que colocam como engajamento, nós discutimos algumas coisas. Falam em redes sociais. As próprias pesquisas de torcida. Às vezes tem torcidas que têm seis, sete vezes o tamanho da do Fluminense em tamanho, mas que não vendem isso a mais de camisas e não colocam isso a mais em estádios - afirmou o presidente.
- Só queremos que nossa proposta também seja ouvida. Estamos discutindo tecnicamente para que haja discussão. Os clubes têm de debater. Esse 30% tem cinco critérios de engajamento que eles pré-definiram e nós (os outros clubes) discordamos de pelo menos dois. Discutimos que seja 50% igualitário e que sentemos à mesa para discutir a questão do engajamento. E se fala em seguir o modelo de futebol europeu. Por que não permitir igual ao modelo europeu que o clube que mais ganha não receba mais que 3,5 vezes a mais que o último? Vamos estudar uma divisão com proposta mais sólida para ser discutida - finalizou.