A criação da Libra (Liga Brasileira de Clubes) , que parecia perto de acontecer, pode sofrer um revés. Em um manifesto, 23 clubes das séries A e B informaram que não estarão presentes na reunião com os fundadores da entidade que acontece nesta quinta-feira (12), na sede da CBF, no Rio de Janeiro (RJ). Na carta, o bloco diz que realizará encontro no dia 16, também na capital carioca.
O encontro desta quinta, combinado na semana passada em São Paulo (SP), serviria para mais clubes assinarem a adesão à Libra. Atlético-MG, Botafogo, Bahia, Internacional e Grêmio, que ainda não integram oficialmente a Liga, não assinaram o manifesto de ausência da reunião.
Oficialmente, o bloco alega querer analisar e fazer apontamentos no estatuto de fundação da Libra (assinado pelos quatro grandes de São Paulo, Ponte Preta, Bragantino, Cruzeiro, Flamengo e agora o Vasco).
A ideia é convocar uma reunião posterior com os fundadores para expor de forma concretas as reivindicações.
Nos bastidores, contudo, conforme apurou o LANCE!
, a realidade é que o grupo Futebol Forte, formado pelos emergentes do Brasileirão e que pedem maiores distribuições de receitas, ganhou a adesão de 12 participantes da segunda divisão.
Brusque, Chapecoense, CSA, CRB, Criciúma, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova se alinharam ao Futebol Forte.
Além disso, o bloco, formado inicialmente por América-MG, Atlético-GO, Athletico, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude ganhou também a adesão do Fluminense.
O L!
apurou que o Atlético-MG, que estava pendendo inicialmente para o bloco, discordou da decisão de não comparecer à reunião desta quinta e decidiu seguir os moderadores Internacional e Botafogo. Além disso, houve pressão interna no clube pela adesão à Libra após a entrada do rival Cruzeiro.
Dos clubes restantes que não entraram na Libra e nem assinaram o documento do Futebol Forte, os paulistas Novorizontino, Ituano e Guarani devem endossar a liga.
Além de Inter e Galo, sobram Grêmio, Bahia e Botafogo e a expectativa dos fundadores é selar de vez nesta quinta a entrada de pelo menos dois deles na Libra.
Segundo o estatuto da entidade, para haver a formalização na CBF nesta quinta será necessário que haja a adesão de pelo menos 13 clubes (um terço do total das séries A e B).
A DIVERGÊNCIA
O estatuto assinado pelos paulistas e o Flamengo prevê que 40% da receita seja dividida igualmente entre todos os participantes da competição, 30% de acordo com performance e outros 30% por engajamento.
O Futebol Forte quer que seja reproduzida a divisão adotada na Premier League, da Inglaterra: 50% igualmente, 25% por performance e 25% da receita nos critérios de engajamento, que poderia ser rediscutida adiante.
O objetivo do Futebol Forte é reduzir a distância de receitas entre o último colocado e o campeão em no máximo 3,5 vezes. Pelo estatuto da Libra, a distância pode chegar a seis vezes.
Há discordância também em relação à Série B. No estatuto dos fundadores, há cláusulas que repassam de 15% a 20% do total arrecadado para a competição, isso em caso de queda de grandes. Os clubes da segunda divisão, contudo, querem 25% do bolo e parte do total ganho com direitos de TV.
Além disso, os clubes da Série B querem um poder de decisão maior. Isso porque, pelo estatuto da Libra, os clubes da Série A têm voto de peso dois em eleições e decisões que vierem a acontecer.
QUEM JÁ É INTEGRANTE DA LIBRA
Corinthians
São Paulo
Palmeiras
Santos
Bragantino
Ponte Preta
Flamengo
Vasco
Cruzeiro
QUEM INTEGRA O FUTEBOL FORTE
Athletico
América-MG
Atlético-GO
Avaí
Brusque
Ceará
Chapecoense
CSA
CRB
Coritiba
Criciúma
Cuiabá
Fluminense
Fortaleza
Goiás
Juventude
Londrina
Náutico
Operário
Sampaio Corrêa
Sport
Tombense
Vila Nova
QUEM SÃO OS MODERADORES E AINDA NÃO APOIARAM NENHUM DOS LADOS
Grêmio
Internacional
Bahia
Botafogo
Atlético-MG